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UMA FLORESTA DENSA DE OPORTUNIDADES

O FUTURO DO BRASIL

O FUTURO DO

2023 Foi um ano melhor para nós no Brasil. Sem dúvida. Antes de tudo, porque tivemos o primeiro ano de um novo governo do Lula, deixando para trás os anos do Bolsonaro. Com este se tornando inelegível, Bolsonaro foi derrotado, embora não necessariamente o bolsonarismo. A luta ideológica e para consolidar a democracia e avançar no antineoliberalismo segue no novo ano.

Por Emir Sader 

Esse novo ano permitiu ao governo retomar a prioridade das políticas sociais, resgatando programas tradicionais, começando pelo Bolsa Família, seguido pelas outras e agregando novos programas para atacar a situação de país mais desigual do continente mais desigual que segue tendo o Brasil.

Porque não se enfrentou o problema central do Brasil no plano econômico: o capital especulativo continua sendo o eixo fundamental da economia do país. Os bancos privados expressam essa hegemonia. A especulação financeira, as altas taxas de juros, continuam a protagonizar a economia do Brasil.

Certo que o desemprego diminuiu, que a desigualdade diminuiu, que a exclusão social é menor. Mas nada disso chega às ruas. As cenas de rua generalizadas por todo o país continuam a ser a das pessoas abandonadas, dormindo nas ruas, famílias inteiras ocupando as calçadas. Nos perguntamos sempre, quando os divisamos: quando e por que mecanismos chegará o resgate dessas pessoas.

Lula sempre disse que governar é cuidar das pessoas. Essas centenas de milhares de pessoas não tem quem cuide delas. Como se os governos não chegassem a elas. O maior voto nosso é que essas cenas deixem de ocupar nossas ruas e praças. Que não existam mais pessoas que não sejam cuidadas.

O Brasil melhorou em 2023 porque voltamos a ter um governo nacional, democrático, que fala, pelo Lula, para todos os brasileiros. Que voltou a ser respeitado no mundo. Que tem um presidente de prestígio, que se ocupa de pacificar os conflitos bélicos pelo mundo afora.

O Brasil retomou um caminho positivo. Tem democracia, tem políticas sociais como prioritárias, tem atenção pelos mais desvalidos. Olha para os países vizinhos com atenção e preocupação em ajudá-los.

Não sabemos ainda como será 2024. Há uma grande possibilidade de Donald Trump – caso possa ser candidato – volte a ser presidente dos , com posições esdrúxulas, agressivas, isolacionista para os Estados Unidos. Sabemos que as das feridas que mais nos doem atualmente – e Argentina – dificilmente mudarão. As crianças palestinas seguirão sendo as vítimas mais cruéis da guerra no mundo. Enquanto o Brasil sai do seu pior momento, a Argentina apenas começa a entrar.

2023 foi um ano melhor para nós, em grande medida pela presidência do Lula. Se Lula se candidatar à reeleição – como ele já mencionou -, poderemos ter um período político muito especial: mais 7 anos do Brasil com o Lula.

Teremos que aproveitar essa especial circunstância histórica, com um projeto estratégico que se aproveite dessas condições para colocar em prática um projeto de profundas transformações do país, que faça desse período um período histórico único e irreversível da nossa história.

emir saderEmir Sader – Sociólogo. Membro do Conselho Editorial da . Foto de capa: Ricardo Stuckert.

 
 
 
 
 
 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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