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O MITO TUPI DA LENDA DA MANDIOCA

O MITO TUPI DA ORIGEM DA MANDIOCA

O Mito da origem da mandioca

Conta um mito do povo Tupi [sobre a origem da mandioca], difundido por toda a América do Sul, que muitos anos atrás uma bela índia tupi deu à luz uma indiazinha de pele clara e cabelos loiros, a quem a tribo passou a chamar de Mani…

Por /Causos Assustadores do Piauí

Mani foi crescendo e ganhando a simpatia de todos que tinham a oportunidade de conviver com ela, não só por suas características incomuns, mas também por ser uma criança muito esperta e portadora de uma felicidade contagiante, estando sempre a sorrir.

Um dia, a menina amanheceu adoentada  e não tinha quem conseguisse fazê-la se levantar da rede.  O    celebrou  rituais  de cura e ministrou poções à base de ervas medicinais, mas foi tudo em vão. A menina não resistiu e acabou morrendo.

Como era costume de seu povo, Mani foi sepultada dentro da oca em que vivia. Toda  a tribo compareceu ao enterro, e a lágrima  do povo tupi inundou o solo da oca. Passados alguns dias,  no  lugar  em  que  enterraram a menina, nasceu uma planta até então

desconhecida. Os índios resolveram cavar para ver que planta era aquela, tiraram-na da e ao examinar sua raiz viram que era marrom por fora e branquinha por dentro.

Os índios perceberam que a planta poderia ser usada como base de muitos alimentos: sua própria raiz era comestível e com ela fabricaram farinha e cauim, uma bebida de gosto forte. Até mesmo as folhas tinham sua serventia. Perceberam, assim, que a planta que fornecia alegria e abundância para os índios era um presente dos deuses.

A planta passou a ser chamada de mandioca (Mani + oca – casa de índio), por ter surgido dentro da oca, no lugar em que Mani foi sepultada. Até hoje, a mandioca é utilizada para inúmeros fins, em especial no , onde acontecem as tradicionais farinhadas, em que se produzem farinha, tapioca e outros derivados.

José Gil Barbosa Terceiro – Advogado. Folclorista. Gestor do site Causos Assustadores do Piauí, citando como fonte NOLÊTO, Rafael. Piaga: Deuses, Encantados, Espíritos e outros Seres Lendários do Piauí. Teresina: Clube de Autores, 2019.

O MITO TUPI DA LENDA DA MANDIOCA
Imagem: Toda Matéria

O que é a mandioca?

A mandioca é uma raiz, científico é Manihot esculenta Crantz. A parte leguminosa se desenvolve debaixo da terra, por isso ela é considerada um tubérculo. Seu caule e folhas podem atingir até cinco metros de altura. Nativa do , ela foi domesticada, consumida, cultivada e estudada pelos povos originários há cerca de 9.000 anos. 

O nome mandioca surgiu de uma lenda indígena. Mani foi o nome de uma garotinha tupi branca, diferente dos demais curumins. Ela faleceu ainda criança e foi enterrada no solo da oca, local onde os pais dormiam. Sua cova era regada constantemente e dali surgiram brotos e logo um arbusto, que recebeu o nome de Mani-oca. 

A pesquisa realizada pelo pós-doutorado Luiz de Queiroz aponta que o centro original de domesticação da mandioca aconteceu no sudoeste da e ela se espalhou entre as etnias seguindo o curso dos grandes rios amazônicos – que até hoje são meios de transporte e locomoção na região – para outros pontos da América Latina. 

Existem no Brasil mais de 4 mil variedades catalogadas. Espécies de mandioca que foram misturadas, ou variedades únicas mas cada uma com características próprias quanto à quantidade de amido, cor (amarela ou branca), consistência, entre outros fatores. Outra característica sobre o cultivo da mandioca é quanto ao tempo do plantio à colheita, que pode variar entre 10 meses a um ano e meio.

O MITO TUPI DA ORIGEM DA MANDIOCA

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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