O PERIGO TRAIÇOEIRO DAS COMPRAS DEPRESSSIVAS

O PERIGO TRAIÇOEIRO DAS COMPRAS DEPRESSSIVAS

 

O Perigo Traiçoeiro das Compras Depresssivas

Há mais de 18 anos tenho refletido sobre a depressão em 2012, terminei de escrever um livro com esta temática, “A INCÓGNITA DE CULLY WOSKHIN”, publicado em 2018 pela Palavra e Prece, uma editora de São Paulo

Por Joacir Soares d´Abadia
 
Women with shopping bagsEstes dias eu estava em um Shopping de Brasília e vi meu livro na vida das pessoas, um livro encarnado em suas ações, pois refletia um medo devolvido em promessas de recompensas como Sacolas, filas quilométricas e contas que ultrapassam o próprio salário.
 
Esta reflexão intrigante, todavia, se sucedeu depois que eu vi, uma mulher abarrotada de sacolas andando sozinha, pelos corredores do Shopping Iguatemi de Brasília-DF, enquanto eu esperava por quase uma hora e meia na fila do Restaurante Outback onde depois pude contemplar um rapaz em dificuldades para pagar sua conta que passava de R$ 700,00 reais. Ele que levara sua namorada para comemorar o aniversário juntamente com sua mãe e a irmã dela.
 
Este estilo de vida é perigoso para trazer um grande vazio às pessoas? Vejamos! Estou me tornando muito perigoso para mim mesmo. Ou melhor, “em mim” mesmo! Então _ atingido pela extinção da bondade humana, seria um homem perigoso? Não necessariamente! Arrisco dizer que é muito doido o que “em mim” está acontecendo. Até agora nada de entender o que está acontecendo a partir destas questões danosas. O que seria mesmo! Quem pode saber?! Seria, “em mim”, um aperitivo para o medo.
 
Considere que todos os meus amigos me sintam um velório de cheiro teatral, de linha reta para a maldade! Consiste em dar valor ao que é passageiro. Chamado também de mundano. Impossível sei que não seja, visto que a maldade escorre presente “em mim”.
 
Olha! Peço socorro quando ainda faltam apenas um passo para me inscrever no concurso da alegria triste. Tantos risos, quantos choros e lágrimas desfilam nas bocas que falam bem ao mesmo tempo que deseja anotar uma instabilidade no relacionamento.
 
Se estivesses no meu lugar você entenderia como é frágil os corredores da amizade que traz para a prática dos relacionamentos uma falsidade cruel. Metade de mim está escrito em pedra e a outra parte está soletrada na areia como um cristal que se quebra pela voz.
 
Recordei de uma mensagem que recebi da Professora Rosimar Silva ao ler o livro: “é um livro com uma reflexão filosófica abrangente, pois através do diálogo e discussão a “céu aberto”, desperta ao leitor interrogações sobre a vida, aprofunda reflexão a buscar motivos ocultos e a reinterpretar fatos, introduz a dúvida, o que se torna um exercício de vigilância crítica não aceitando justificativas aparentes ou falsas sobre os leões de nossa vida cotidiana”.
 
Assim, o perigo traiçoeiro das compras depresssivas se manifestam a um homem gravemente enfermo pela sua mesma crueldade de compras compulsivas: quase uma confissão com juros abusivos da consciência. Será que o meu “em mim” não seja também sua dramática história?
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ANOTE AÍ:
Joacir pb
 
Padre Joacir d’Abadia, Filósofo autor de 10 Livros… Em mais um _”Desalento Pra Viver”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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