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OPERAÇÃO DA PF ATINGE BOLSONARO, EX-MINISTROS E MILITARES

Operação da PF atinge Bolsonaro, ex-ministros e militares

Os agentes estiveram na casa do ex-presidente em Angra dos Reis. Ex-ministros como Braga Netto, Heleno e Anderson Torres foram alvos de busca e apreensão na operação

Por Lucas Toth/Portal Vermelho 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados militares e civis são alvos, nesta quinta (8), de uma megaoperação da Polícia Federal que apura a tentativa criminosa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito e invalidar as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A operação Tempus Veritatis, “hora da verdade”, em latim, mira aliados de primeira hora do ex-presidente, tais como:

  • o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto;
  • o ex-ministro do GSI general Augusto Heleno;
  • o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira;
  • o ex-ministro da Justiça Anderson Torres;
  • o ex-comandante do Exército general Paulo Sérgio Nogueira;
  • o ex-comandante-geral da Marinha almirante Almir Garnier Santos;
  • o ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira;
  • além do presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto

Ao todo, estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. Entre os presos preventivamente, estão o ex-assessor de assuntos internacionais Filipe Martins, o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara,

Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi alvo da operação da PF. Os agentes foram à casa dele, em Angra dos Reis, e apreenderam o celular de um de seus assessores, Tercio Arnaud Thomaz. O ministro Alexandre de Moraes também determinou que Bolsonaro entregue seu passaporte em até 24 horas.

Além do ex-presidente e seus ministros, a operação Tempus Veritatis também prendeu preventivamente quatro pessoas próximas do ex-presidente Bolsonaro:

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de assuntos internacionais de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
  • Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.

Segundo a PF, há mandados sendo cumpridos em Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Ainda de acordo com o material divulgado pela PF, o grupo investigado “se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”.

O primeiro eixo era voltado a construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas, apontando “falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação”. “[…] discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022”, pontua a Polícia Federal.

O segundo “eixo”, por sua vez, praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito – ou seja, para concretizar o golpe. Essa etapa, de acordo com as investigações, tinha o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Reprodução


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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