Para liquidar os povos, começa-se por privá-los da memória . Destroem os seus livros, a sua cultura, a sua história. E, algum outro escreve outros livros, lhes fornece uma outra cultura, inventa uma outra história; depois disso, o povo começa lentamente a esquecer aquilo que é e aquilo que foi. E o mundo ao seu redor esquece ainda mais rápido. Milan Kundera, em “O Livro do Riso e do Esquecimento”, 1978.

MEMORIAL DOS POVOS INDÍGENAS
História
Projetado pelo arquiteto modernista Oscar Niemeyer, o Memorial dos Povos Indígenas foi inaugurado em 1987 em Brasília e é um dos espaços culturais e turísticos que integra o Eixo Monumental. Após permanecer fechado por anos, teve suas atividades retomadas em 1999.
Junto a Niemeyer, o memorial foi criado em colaboração com os antropólogos e líderes indígenas Mário Juruna e Álvaro Tukano, no intuito de promover a reflexão e o respeito pela ampla diversidade cultural dos povos originários brasileiros.
Convidada para coordenar a criação do Memorial dos Povos Indígenas, a antropóloga Berta Ribeiro propôs que o museu se tornasse um espaço de pesquisas e produção de conhecimento sobre as populações originárias, além de promover eventos com a participação de representantes indígenas das diferentes regiões do país.
Durante a construção do projeto, foram realizadas diversas reuniões entre o Governo do Distrito Federal, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e lideranças indígenas importantes, como os Caciques Raoni, Marcos Terena, Megaron, Ailton Krenak, entre outros.

Estrutura
O acervo do Memorial dos Povos Indígenas conta com peças que representam os povos originários, como arte plumária Urubu-Kaapor; bancos de madeira Yawalapiti, Kuikuro e Juruna, máscaras e instrumentos musicais símbolos do Alto Xingu e Amazonas.
Ao todo, o espaço ocupado pela estrutura do Memorial dos Povos Indígenas, que é inspirado em uma maloca Yanomami, totaliza uma área de 7.200 m², com:
- Pavilhão de Exposições: Área de 600 m², com um acervo que abriga objetos, fotografias e documentos;
- Miniauditório: Com 48 cadeiras, a sala de projeção tem 59 m² e é voltada para a exibição de filmes, documentários, palestras, oficinas e cursos; e
- Arena: Utilizado para eventos, palestras e apresentações culturais, o espaço a céu aberto, de 916 m², forma um círculo composto de areia.
No lugar, você também encontra um espaço multiuso, com jardim de plantas e árvores de regiões dos povos indígenas, um lago artificial, além de uma área de convivência com lanchonete.
Como chegar
Para chegar ao Memorial dos Povos Indígenas, você deve seguir sentido o Eixo Monumental Oeste, onde o espaço está situado na Praça do Buriti, na Zona Cívico-Administrativa, em frente ao Memorial JK.
Além da estação de metrô Central, que fica próxima do centro cultural, você pode contar com as linhas de ônibus que circulam pelo Eixo Monumental.
Informações sobre o funcionamento
Entrada: Gratuita. Visitas guiadas podem ser agendadas previamente.
Horários: De terça a sexta-feira, das 9h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h.
Telefone: (61) 3344-9272 / (61) 3344-1154 / (61) 3306-2874
Endereço: Eixo Monumental Oeste, Zona Cívico-Administrativa, Praça do Buriti
Fonte: Quinto Andar