Paulo Freire, esse ser incrível!
Por Romulo Andrade/via Nação cerratense
O que é que o professor Paulo Freire
lá no Nordeste, entre o Recife e os Angicos
começou a desfazer pra inventar e refazer?
Ele transformou em redondo o que era quadrado
e desenquadrou o que era antes enquadrado.
Ensinou a pensar o ser onde havia o ter
Ele fez virar um círculo o que era uma sala.
E disse do professor que falava-sem-ouvir
que fosse o educador que escuta e depois… fala.
Ele imaginou sermos “nós” o que antes era “eu”,
e pensou como “nosso” o que era “só o meu”.
E sendo do povo um igual, um parceiro e amigo,
e vivendo com ele a o17pressão e a injustiça
em que sofre a gente sofredora e pobre
ele criou uma “Pedagogia do Oprimido”
e pensou uma “Educação Libertadora”.
Ele sonhou como partilha o que era posse
E imaginou como um dom o que era o lucro.
Trocou o “bancário” pelo “emancipador”
e soletrou “es-pe-ran-ça”, no lugar da “dor”.
Ele pensou o “vamos juntas” onde havia o “só você”
e o Eu-com-Você contra o Você-sobre-o-Eu.
Pensou “educação” onde havia “instrução”.
E sonhou a palavra-compartida do diálogo
onde dominava o silêncio do monólogo.
Ele trocou o já-feito pelo se-fazendo.
Do “inacabado” pensou o “aprendizado”
e do sermos-imperfeitos, o aperfeiçoável
de quem sempre pode-ser-além-do-que-já-foi.
E pra quem não crê no que nós podemos ser
e no que juntas e juntos nós podemos fazer
se soubermos viver entre a luta e o sonhável,
Paulo Freire anunciou e gritou para o mundo
Que o caminho da vida é o… “inédito viável”.
Carlos Rodrigues Brandão – antropólogo, poeta e escritor conviveu e colaborou por vários com o educador pernambucano desenhos de Francisco Brennand para o método Paulo Freire de alfabetização de adultos, anos 60
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