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Por falta de merenda escolar milhões de crianças passam fome no mundo

Por falta de merenda escolar milhões de crianças passam fome no mundo

1,5 bilhão de crianças no mundo sofrem impacto pelo fechamento de escolas: 369 milhões dependem da merenda para se alimentar

Apesar de inicialmente as crianças e os jovens não parecerem ser os mais impactados pela crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, um relatório recém-divulgado pelas Nações Unidas alerta que o fechamento das salas de aula em 188 países, deixando em casa cerca de 1,5 bilhão de estudantes trouxe um gravíssimo problema: 369 milhões deles dependem das escolas para poder se alimentar.

Para milhões de crianças, que vivem em países mais pobres, inclusive o , a comida oferecida no ambiente escolar é a refeição mais importante do dia.

“O impacto socioeconômico do vírus – e das medidas de contenção e mitigação que os governos adotaram em todo o mundo – é potencialmente catastrófico para milhões de crianças. O que começou como uma crise de saúde corre o risco de evoluir para uma crise mais ampla dos direitos da criança”, ressalta o relatório The Impact of on Children.

Assim como em outras crises enfrentadas pela humanidade, os mais pobres e vulneráveis são sempre os mais afetados. Nos , por exemplo, onde o coronavírus já contaminou mais de 760 mil pessoas e matou mais de 35 mil, as comunidades que mais sofrem são as de negros e latinos.

Nos países africanos, onde a pandemia demorou mais a chegar, já são mais de 20 mil infectados e as mortes passam de 1 mil.

“Felizmente, até agora as crianças foram amplamente poupadas dos sintomas mais graves da doença. Mas suas vidas estão sendo totalmente destruídas. Apelo às famílias de todos os lugares e aos líderes de todos os níveis: protejam nossos filhos”, conclamou António Guterres, secretário geral das Nações Unidas.

O temor de especialistas é que, devido à crise, as famílias de, entre 42 a 66 milhões de crianças, sejam levadas a uma situação de extrema pobreza, se somando às mais de quase 390 milhões que já se encontravam nessa situação em 2019.

Além da preocupação com que essas crianças enfrentem fome, há outros riscos: o aumento da  doméstica contra menores, já que passarão todo o tempo dentro de casa, crescimento de casos de gravidez entre adolescentes e também, a evasão escolar.

Em muitos países ricos, foi possível adotar um sistema de ensino à distância, utilizando as tecnologias disponíveis atualmente, mas isso não é uma realidade em nações mais pobres.

“Com as crianças fora da escola, suas comunidades em confinamento e uma recessão global cada vez mais profunda, os níveis de estresse familiar estão aumentando. As crianças são vítimas e testemunhas de violência e abuso doméstico. Com as escolas fechadas, falta um importante mecanismo de alerta precoce”, destacou Guterres.

De acordo com as Nações Unidas, campanhas de vacinação contra a poliomielite foram suspensas e de imunização contra o sarampo foram interrompidas em pelo menos 23 países.

O relatório da ONU atenta para a necessidade de governos prestarem atenção e agirem sobre o impacto da pandemia na infância, tanto em termos práticos, como fornecendo ajuda financeira para comunidades mais carentes, como também, no lado emocional, ao dar apoio a essas crianças nesse momento.

conexaoplaneta p 3
 

Fonte: Conexão Planeta 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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