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POVOS PRÉ-COLOMBIANOS MOLDARAM A FLORA AMAZÔNICA

Povos pré-colombianos moldaram a flora amazônica

inédito, liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), divulgado no dia 2 de março, revela que os povos pré-colombianos moldaram a flora amazônica.

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A descoberta, publicada pela revista Science, contradiz a hipótese de que a seria intocada pelo homem primitivo.

Uma equipe de 152 , sendo 53 brasileiros, chegou à descoberta ao sobrepor dados de mais de mil inventários florestais, da Rede de das Árvores da (ATDN), com o mapa de 3 mil sítios arqueológicos espalhados por toda a região.

As análises indicaram a relação entre a ocupação humana e a presença de plantas domesticadasplantas domesticadas na floresta. Segundo o Inpa, os pesquisadores cruzaram os dados botânicos de parcelas de inventários florestais com dados arqueológicos. O estudo reúne pelo menos 80 anos de pesquisas com centenas de pessoas trabalhando para conseguir coletar essas informações.

A pesquisa focou 85 espécies de árvores que foram domesticadas pelos povos pré-colombianos. Entre elas, o cacau, castanha-do-, açaí, bacaba, patauá, mapati, e pupunha. Em toda a Bacia Amazônica, essas espécies eram cinco vezes mais comuns em inventários florestais do que as espécies não domesticadas.

Além disso, eram encontradas em abundância e diversidade nas florestas próximas aos sítios arqueológicos. Entre os povos pré-colombianos, três culturas obtiveram maior destaque: os maias e astecas, no México e América Central; e os incas, na Cordilheira dos Andes, na América do Sul.

O estudo mostra que o Sudoeste da Amazônia, que abrange o estado de Rondônia, no Brasil, e a Bolívia, foi altamente transformado e habitado, e é onde há uma densa concentração de plantas domesticadas. A pesquisa aponta que no Escudo das Guianas (no Norte do estado do Pará) não foi encontrada a mesma relação dos sítios arqueológicos com as plantas.

Você sabia?

Acredita-se que os povos pré-colombianos são descendentes de nômades asiáticos que entraram na América pelo Estreito de Bering. Alguns estudos indicam que isso ocorreu entre 13 e 40 mil anos atrás.

Fontes: EBC, Wikipedia

Nota da Redação: Matéria publicada originalmente em 03 de março de 2017.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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