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PT e Psol pedem que TSE exija ações do Whatsapp

Depois do PT, Psol se manifesta contra e pede que TSE exija ações do WhatsApp

Na esteira da ação apresentada pelo PT contra a campanha de Jair Bolsonaro (PSL), o Psol protocolou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta quinta-feira (18), uma representação para que a Justiça Eleitoral imponha regras à plataforma de mensagens WhatsApp, de forma que a disseminação de notícias falsas seja impedida durante o processo eleitoral. Hoje, como este site mostrou mais cedo, reportagem do jornal Folha de S.Paulo levou a público a informação de que empresas pagam para impulsionar conteúdo contra o PT por meio do mecanismo de comunicação.

Se comprovada, a prática configura crime eleitoral, pois caracteriza doação de campanha por empresas, proibida pela legislação eleitoral. Segundo a Folha, cada contrato chega a R$ 12 milhões e entre as empresas que contratam o serviço está a Havan, cujo dono, Luciano Hang, declara apoio ao candidato da extrema-. Diante da denúncia, e das seguidas notificações do TSE com ordem de retirada de links que remetem a notícias falsas, majoritariamente disseminados pela campanha de Bolsonaro, o Psol decidiu recorrer à Justiça – como o PDT também sinalizou que faria mais cedo.

“Há indícios de que o uso indiscriminado de fake news, muitas delas marcadas pelo ódio e o preconceito, tenha influenciado no andamento do processo eleitoral”, diz nota distribuída pelo Psol.

O partido chegou a pedir que o TSE, caso demandas se mostrassem ineficazes, suspendesse o aplicativo em todo o território nacional nos sete dias que antecedem a votação de domingo (28). Mas, em pedido de correção no documento protocolado, a representação solicita ao TSE que adote medidas pertinentes se não forem cumpridas providências de segurança contra as fake news. “Mas não há pedido de suspensão do aplicativo”, reforça o Psol.

Em prática ilegal, empresas bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp, diz Folha

O assunto tem provocado discussões entre especialistas, no terreno das providências formais, e incendiou as redes sociais nesta quinta-feira (18) – a hashtag #Caixa2DoBolsonaro, por exemplo, lidera a lista de assuntos mais comentados no Twitter na tarde desta quinta-feira (18). Tanto Fernando Haddad (PT) quanto Bolsonaro tem se manifestado, por meio da internet ou fora dela, sobre a reportagem da Folha. Para o petista, trata-se da ação de uma “organização criminosa” em atuação para induzir o eleitorado.

“Inúmeras são as situações diariamente noticiadas de que as mensagens que circulam nos grupos de WhatsApp, sem qualquer acompanhamento e cuidado com a legislação, tem desequilibrado o pleito eleitoral, especialmente porque chegam a milhões de pessoas e muitas tem como principal meio de se informar o grupo de mensagens, o que facilita o de quem divulga notícias falsas, ofensivas e inverídicas”, destaca a representação do Psol.

Entre as providências, o partido pede que o TSE ordene ao aplicativo de mensagens, no prazo de 72 horas, a execução de ações que limitem ao máximo o compartilhamento, o encaminhamento e a transmissão de mensagens, bem como a criação de novos grupos, nos moldes do que fizeram pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade de e da Agência Lupa, que faz checagem de fatos.

“As medidas no âmbito eleitoral para averiguar os crimes cometidos por Bolsonaro já foram tomadas pela candidatura de Fernando Haddad. Ao Psol, cabe, além disso, lutar para que as mentiras não continuem sendo disseminadas. Agora que o uso indiscriminado de fake news foi comprovado, cabe à Justiça tomar medidas para impedir sua continuidade”, defende o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros.

ANOTE AÍ

Fonte: Congresso em Foco

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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