Reciclagem de Vidro

RECICLAGEM DE VIDRO PASSA A TER ENTIDADE GESTORA NO BRASIL

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As questões ambientais estão ganhando reforços no país, inclusive quando o assunto é reciclagem. A reciclagem de vidro e a chamada “logística reversa” das embalagens de vidro passam a ter uma entidade gestora, no Brasil, iniciando suas atividades. 

Por Sara Campos/Engenho

Denominada Circula Vidro (Associação Brasileira Gestora da Logística Reversa de Embalagens de Vidro), é uma entidade privada, criada com base no Decreto Federal 11.300/2022.

A entidade foi instituída para gerir e dar mais eficiência às iniciativas de logística reversa implementadas pelas empresas participantes do sistema, ampliar a ambiental sobre o tema e divulgar as alternativas de reciclagem e de circular do vidro, entre toda população.

O decreto especifica que “o sistema de logística reversa de embalagens de vidro terá a participação de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores”, cada qual dentro de suas determinadas atribuições, de forma a concretizar a responsabilidade prevista pela Nacional de (Lei n. 12.305/2010).

A meta principal da entidade é ampliar o índice de reciclagem anual ao patamar de 40%, até 2032, por meio de ações educativas e da centralização e gestão da inteligência das informações sobre a logística reversa no Brasil. Segundo o CEO da Circula Vidro, Fábio Ferreira, “o vidro é um material 100% reciclável. Ou seja, um quilo de caco gera um quilo de vidro novamente apto para utilização”. “É um material protagonista da reciclagem e da redução de resíduos sólidos do ”, complementa.

A Circula Vidro é formada por associações que representam o alto consumo e produção de embalagens de vidro. Tem como fundadores as entidades Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro), Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas) e Sindicerv (Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja).

No mês de junho, a Circula Vidro pretende apresentar formalmente os primeiros projetos a serem realizados em favor da , da ampliação da economia circular, da gestão da logística reversa do vidro e da redução de resíduos sólidos e seus impactos. A previsão é que, no final de julho, a entidade apresente seu primeiro relatório ao Ministério do Meio Ambiente.

Resíduos sólidos em números

Dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir+) coletados em 2019 apontam que apenas 70,37% dos Estados possuem Planos Estaduais para Resíduos Sólidos e 2.487 municípios (o equivalente a 44,65% dos locais pesquisados) possuem Plano Municipal sobre o tema.

Entre as categorias de materiais secos recuperados, o vidro integra 11%, o menor percentual se comparado a outras categorias como papel e papelão (39%), plástico (24%), e metal (12%).

Reciclagem de vidro

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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