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RETROCESSO E REPRESSÃO: ARGENTINOS PROTESTAM CONTRA PACOTE DE PRIVATIZAÇÕES DE MILEI

RETROCESSO E REPRESSÃO: ARGENTINOS PROTESTAM CONTRA PACOTE DE PRIVATIZAÇÕES DE MILEI

O pacote abrangente, que está sendo debatido no Congresso, propõe privatizações, demissões em massa e retrocessos nos direitos humanos.

Por Redação/Mídia Ninja

O segundo dia de votação da controversa “Lei Ônibus” na Argentina gerou uma série de protestos e um cenário de grande tensão, com o governo de Javier Milei buscando a aprovação de uma série de leis ultraliberais, gerando preocupações significativas sobre o futuro do país.

Nas ruas, uma multidão pede uma ação permanente através de protestos massivos contra as propostas. No entanto, os manifestantes enfrentam uma dura repressão por parte das forças de segurança, levando a confrontos cada vez mais intensos.

O pacote abrangente, que está sendo debatido no Congresso, propõe privatizações, demissões em massa e retrocessos nos direitos humanos. Surpreendentemente, o tema da legalização do aborto também foi incluído no controverso conjunto de medidas.

A “Lei Ônibus”, nomeada em referência ao veículo que conduzirá as mudanças propostas, recebeu apoio condicional da base aliada macrista e de parte da oposição do partido Radical.

Com 664 artigos, a lei busca declarar emergência pública nas áreas econômica, financeira, fiscal, de segurança e defesa. Isso concederia amplos superpoderes ao presidente Javier Milei até dezembro de 2025, com a possibilidade de prorrogação por mais dois anos, abrangendo todo o seu mandato.

A mobilização foi convocada pelo Polo Obrero, pelo MST, pelos Barrios de Pie e por diversos piquetes da FIT, além do centro estudantil da Faculdade de Ciências Sociais, dos trabalhadores do Madygraf e do grupo Unidxs por la Cultura.

Fonte: Mídia Ninja. Foto de capa: Página 12.
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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