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Amazônia: Sobem as águas do Rio Acre

A última medição do nível do rio Acre em às 18h desta quinta-feira (11), marcado pela Defesa Civil é de 12,70 metros, 19 centímetros a mais do que o registrado 15h, que era de 12,51 metros. Em cerca de três horas o rio Acre subi quase 20 centímetros e está agora a 80 centímetros da cota de alerta.

O coordenador de Defesa Civil, George Luiz Santos disse que todas as informações serão encaminhadas para que a população também acompanhe o que vem sendo feito pelas autoridades municipais. Já que os monitoramentos agora estão sendo relatados via boletins a cada três horas.

Subindo quase 20 centímetros nas últimas três horas, o rio Acre pode atingir a cota de alerta nas primeiras horas desta sexta-feira (12). A cota de alerta segundo a Defesa Civil é de 13,50 metros e a de transbordamento é de 14 metros. O que acaba atingindo primeiramente os bairros Airton Sena, Baixada da Habitasa e Seis de Agosto.

Nos municípios de Assis nos registros das 18h, o rio Acre baixou 20 centímetros, ficando na cota de 6,32 metros. Em Brasileia a baixa foi ainda maior de mais de 30 centímetros. Mas em Xapuri se manteve a media e as águas subiram apenas um centímetro em relação ao registro das 3 horas da tarde desta quinta-feira.

O Riozinho do Rola principal afluente do rio Acre na Capital estava marcando também quase 10 centímetros em relação ao que foi registrado pela Defesa Civil Municipal no período da tarde. As chuvas na área urbana e rural, principalmente nas cabeceiras dos afluentes do rio Acre continuam intensas.

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Foto: Notícias da Fronteira

ANOTE AÍ:

Fonte do conteúdo integral desta matéria: https://www.ac24horas.com/2018/01/11/rio-acre-sobe-quase-20-cm-e-deve-chegar-a-cota-de-alerta-na-madrugada-desta-sexta/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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