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Ciência e sabedoria popular: afroempreendedor cria cosméticos inspirados na ancestralidade africana

Ciência e sabedoria popular: afroempreendedor cria cosméticos inspirados na ancestralidade africana

A beleza natural é a que mais faz sentido. O cabelo crespo é o estilo original de fábrica e evitar agressões químicas aos fios, dá aquela sensação de estar em dia com o respeito ao corpo. Imagine então, se somado a esses cuidados, você pudesse incluir na sua rotina de beleza, cosméticos baseados no conhecimento ancestral africano?
O empresário João H. Di Sá, do Rio de Janeiro, é dono da Sassam Cosméticos.  A marca oferece produtos como sabonetes vegetais, buchas de banho e perfumes vegetais com óleos de essências de flores.
Ele pratica autocuidado com foco na saúde desde da adolescência, porém foi um estágio área da engenharia de fábrica que lhe rendeu alguns conhecimentos necessários para criar seus próprios produtos.

 

Eu conversei com ele para entender melhor o seu trabalho tão carregado de propósito:
Você mesmo manipula os produtos ? Como você iniciou esse trabalho ?
Percebo que nosso corpo não é uma máquina mas todo chão fábrica e que acima disso somos ecossistemas biológicos e interativos completos. Termino minha formação técnica e dentre as competências adquiridas escolho usar a qualidade e gestão de recursos para desenvolver meus próprios produtos. Comecei adquirindo hábitos comuns, como água com limão todas as manhãs, práticas de meditação e estudos. Entendendo os cuidados necessários para evitar contaminações e maior vida dos produtos eu me propus a produzir toda minha linha de higiene íntima, 7 anos se passaram e com as soluções desenvolvidas para mim e minha família eu crio a Sassan.

A ancestralidade é uma parte importante da sua produção. Como você faz essas pesquisas ?

Fui criado por conservadores da cultura tradicional africana e me via constantemente de frente a infusões de ervas para curar problemas de pele, chás de ervas com nomes Yoruba/Bantu/Fon e cuidados ecológicos com o meio ambiente. Boa parte da pesquisa é feita com base na vivência da minha família, Rio de Janeiro e Salvador. As linhas de pesquisa são tanto científicas trazendo propriedades vitamínicas como são holísticas com um olhar voltado ao conhecimento popular, principalmente dos mais velhos.
Como as pessoas podem adquirir os seus produtos ?
Para adquirir uma solução da Sassan é preciso entender a importância do fitoterápico e valorizar a cura através das ervas, atendemos amigos que buscam formas mais sustentáveis de se cuidar. Temos Instagram e Facebook onde colocamos nossas soluções, abrimos nossas composições e damos dicas de uso. Também participamos de feiras esporadicamente.
Fonte: Mundo Negro 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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