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Seca no Amazonas afeta produção na Zona Franca de Manaus

Seca no Amazonas afeta produção na Zona Franca de Manaus

Baixa nos rios da região prejudica a chegada de insumos e a saída de produtos. Somente no estado, prejuízos econômicos da estiagem ultrapassam R$ 217 milhões

Por Portal Vermelho

Além de afetar gravemente a população e o meio ambiente local, a estiagem que vem acometendo o Amazonas também traz prejuízos econômicos. Um deles está na produção de eletroeletrônicos da Zona Franca de Manaus, que tem tido dificuldades tanto para receber os insumos necessários para a fabricação quanto para escoar os produtos finais. Tais operações são feitas por transporte fluvial, inviabilizado pela seca nos rios.

“Ar condicionado e televisão são os principais problemas no momento no nosso setor eletroeletrônico. No final do ano são os dois produtos mais procurados. Temos a produção de micro-ondas, lava-louça, computadores, celulares, tabletes, fones, mas esses dois são os produtos que temos a necessidade de escoar a produção via fluvial. Computador e celular dá para mandar por aviões”, disse, ao UOL, Jorge Nascimento, presidente executivo da Eletros (Associação Nacional de Produtos Eletroeletrônicos).

Leia também: Governo reforça medidas para enfrentar seca no Amazonas

O problema pode levar a atrasos nas entregas para o Natal. Além disso, Nascimento explica que essa situação atinge também os incentivos ficais do setor local, já que estes dependem do cumprimento de determinadas regras por parte das empresas, o que não tem sido possível devido à falta de insumos.

Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), os prejuízos econômicos causados na região Norte ultrapassam R$ 298,6 milhões. No Amazonas foram R$ 217,2 milhões, o que equivale a 72,7% do total. O Acre soma perdas de R$ 74,1 milhões (24,8%) e o Pará, R$ 2,6 milhões (0,8%).

A seca fez com que ao menos 60 municípios do estado decretassem situação de emergência e fez com que comunidades ribeirinhas ficassem ilhadas.

Nesta segunda-feira (30), após dias de queda, o nível do Rio Negro voltou a subir. Foram 17 centímetros, elevando o volume para 12,87 metros. Na sexta-feira (27), o nível havia atingido o menor índice já registrado nos últimos 120 anos, com 12,70 metros.

Com agências

Fonte: Portal Vermelho Capa: Alex Pazuello/Secom


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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