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Sinpro lança projeto “Meu planeta, nossa casa”

Sinpro lança projeto “Meu planeta, nossa casa” 

Mudar o comportamento da sociedade para impedir o aprofundamento das mudanças climáticas, o aquecimento do planeta e evitar a extinção em massa de várias espécies é uma tarefa urgente. O Sinpro-DF, com seu perfil e prática cidadã, não poderia assistir a isso sem tomar alguma providência. Assim, na segunda-feira (7/8), lançou, no CED Agrourbano Ipê Caub I, o projeto “Meu planeta, nossa casa” – um macroprojeto com dois grandes objetivos: o primeiro é o de pôr em curso ações que sensibilizem a sociedade sobre as atitudes que pioram o aquecimento global.

Por Sinpro

O segundo objetivo depende do sucesso do primeiro. Se os subprojetos articulados no macroprojeto assegurarem a mudança de comportamento social, o macroprojeto atingirá o seu segundo objetivo, que é o de gerar emprego e renda às famílias catadoras de coleta seletiva. O projeto é desenvolvido em parceria com o Observatório da Inclusão Social dos Catadores e com a Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do DF (Centcoop). 

“Neste primeiro momento, sete escolas participam de um piloto para ajustamentos e melhoramentos e aquisição de parcerias porque a ideia é ampliá-lo para as mais de setecentas escolas públicas e, em seguida, para toda a sociedade do Distrito Federal”, informa Gilza Camilo, coordenadora da Secretaria de Administração do Sinpro.

Além de Gilza, participaram do evento, as diretoras do Sinpro Ana Bonina e Joana Darc; Márcia Kumer e Ricardo Valle, do Observatório da Inclusão Social dos Catadores; Sheila Pereira da Silva Mello, diretora do CED Agrourbano Ipê do Caub I; Renata Cardoso, diretora do CED Vargem Bonita; Leonardo Hatano, professor de biologia e coordenador do CED Agrourbano Ipê do Caub 1; Márcio Maestri Rossoni, professor do CEI 04 de Taguatinga; e Sabrina Marques, diretora do CEI 04 de Taguatinga; Eliane Ribeiro da Silva e outras duas representantes do Centcoop.

O “Meu planeta, nossa casa” é formado por subprojetos, dentre os quais, o Eco. (Eco ponto) – lixeiras de coleta seletiva instaladas em pontos predefinidos –, e a campanha publicitária de conscientização sobre a coleta seletiva de resíduos a ser veiculada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Gilza informa que, inicialmente, o Sinpro-DF vai adotar o Eco. na sede do Setor de Indústrias Gráficas (SIG); posteriormente, nas subsedes.

Eliane Ribeiro da Silva, catadora da Cooperativa Renascer e diretora Financeira da Centcoop, afirma que “esse projeto vai trazer muitos benefícios para a Centcoop para além do aumento do volume, bem como da qualidade do resíduo. Quando o resíduo é de qualidade, agrega mais valor à renda dos catadores. Também é muito bom para a conscientização dos trabalhadores por meio dos sindicatos”, afirma.

A escola e o sindicato são instrumentos da preservação da vida

Rosilene Corrêa, dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), participa do projeto e está otimista. “Tem tudo para dar certo, mas precisamos de envolver toda a sociedade. Essa é uma tarefa de todo mundo. Por isso, fomos à Câmara Legislativa e buscamos o apoio dos deputados para garantir emendas às escolas para elas terem recursos para executarem o projeto”.

“Não tenho dúvidas de que é a educação, portanto, é a escola que pode mudar as pessoas para que elas possam transformar o mundo. Não vejo um espaço mais rico e de maior alcance de mudanças do que as escolas”, completa a sindicalista. Ela ressalta, ainda, o papel dos sindicatos na construção desse novo comportamento social para minimizar as mudanças climáticas”, afirma a sindicalista.

Ela diz que os sindicatos também são instrumento de mudança social. “Lidam com os trabalhadores que, por sua vez, influenciam positivamente suas famílias e são repercussores(as) de novos comportamentos etc. Daí a ideia de transformar os sindicatos, locais de trabalho e outros espaços em ambientes dessa transformação”.

O “lixo” e o potencial do DF de gerar emprego e renda

Márcia Kumer, do Observatório, informa que o DF tem um potencial muito grande para a geração de renda por meio dos resíduos e afirma que a capital do País aterra mais de 2,2 milhões de toneladas, conforme Relatório SLU 2022, dos seus diversos tipos de resíduos em sua maioria recicláveis. Aqui incluídos a fração do resíduo orgânico e da construção civil. “Segundo o grupo C40, de cidades que já trabalham suas ações para mitigar e reduzir a emissão de carbono, a cada 10 mil toneladas de resíduos, uma cidade pode gerar 404 novos empregos. Assim, o potencial do DF é de, aproximadamente, 90 mil empregos diretos e indiretos com a destinação adequada dos resíduos”, informa a engenheira.

O “Meu planeta, nossa casa” pretende ser um instrumento de modificação do comportamento social padrão prejudicial ao planeta. “Como é que vamos alterar esses processos de forma a evitar essa quantidade de emissão de carbono que geramos com todas as ações que a gente executa dia a dia e como podemos transformar tudo isso em processos mais sustentáveis? Responder a isso e executar uma mudança na sociedade é o objetivo do grupo e estamos ficando muito impressionados com o que estamos encontrando no decorrer do desenvolvimento do nosso projeto, as pessoas se revelam preocupadas e animadas em aderir às atividades dos projetos”, revela Kumer.

Com Lixo Zero, o premiado CED Agrourbano Ipê do Caub I sai na frente

Na busca de uma ação que modifique o comportamento da população, o Observatório encontrou, no CED Agrourbano Ipê do Caub I, outro projeto de conscientização ambiental, que envolve a formação pedagógica dos estudantes e todas as disciplinas. Trata-se do projeto Lixo Zero, um programa de educação ambiental coordenado pelo professor de biologia e coordenador da escola, Leonardo Hatano.

O Lixo Zero está em curso na escola desde antes da pandemia da Covid-19 e é financiado pelo governo japonês por intermédio da Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica), que fornece bolsas de estudos em diversas áreas. Servidores do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) foram contemplados com o curso de Gestão de Resíduos Sólidos no Japão. Em contrapartida, ao retornarem ao Brasil, eles escreveram um projeto de educação ambiental para ser aplicado em uma escola. O CED Agrourbano Ipê do Caub I foi selecionado como projeto piloto antes da pandemia.

Sinpro – Sindicado dos Professores no Distrito Federal. Foto crédito: Joelma Bonfim/Arquivo Sinpro-DF.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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