Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.

O TEMPO PARA FILOSOFAR

O TEMPO PARA FILOSOFAR 

Saudações! Já é tarde para cultivar o saber, mas gostaria de registrar minha gratidão pela sua companhia agradável e pela dedicação para com a ciência acadêmica. Mas, porventura, está tarde o suficiente pra não buscar tempo para pensar? Parabenizo-lhe por tudo. Principalmente pelo alcance reflexivo.

Por Padre Joacir S. D´Abadia 

images 9

Espero você na cidade dos saberes para continuar com a ciência do amor e aproveitar a beleza do lugar: o mundo, nossa seara dos saberes.

Acredito que você goste de reflexões filosóficas! Tenho tentado ser útil para a humanidade com pensamento que valorizem o relacionamento humano. Deste modo, se não lhe for inoportuno, envio-lhe alguns destes passos de minha caminhada através do mundo dos, muitas das vezes, solitários filósofos.

Que você se encontre disponível para amar a sabedoria, pois um Poeta disse, escute o Filósofo. Escute-o:

Sem permissão para fazer tal elogio vou tentar ir ao cerne do meu intento antes que aconteça de alguém chegar primeiro com falácias descompromissadas do seu verdadeiro sentido, as quais dizem tão somente aos sentimentos carnais que convencem a carne, contudo, o espírito amigável permanece distante, sem dúvida alguma, prestes a substituir todo um edifício erigido sobre os mais profundos relacionamentos de amizade onde não se exige troca de favores diante da própria pessoa, mas que em uma palavra responde por todas as desatinas felicitações, parabéns pelo seu dia, disse o Filósofo enquanto seus pensamentos se encarregam de recordar momentos vividos.

Deste modo, o Poeta também encontrou tempo para Filosofar.

O TEMPO PARA FILOSOFAR

ANOTE AÍ:

Padre Joacir S. D´Abadia – Pároco de Alto Paraíso de Goiás. Filósofo. Escritor. Articulista. Especialista em Docência do Ensino Superior. Membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano (ALANEG) e da Casa do Poeta Brasileiro -Seção Formosa – GO. Colunista filosófico das revistas Xapuri e Bem-Viver, e do jornal Alô, Vicentinos.

Imagem de capa: Jangadeiros,quadro do grande artista cerratense Otoniel Fernandes, de Alto Paraíso de Goiás.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA