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Topetinho-Vermelho: O menor beija-flor do Brasil

Topetinho-Vermelho: O menor beija-flor do

De topete vermelho e bico vermelhos, o belíssimo topetinho-vermelho (Lophornis magnificus) pesa cerca de 3 g, mede até 6,8 cm e é, segundo o ornitólogo Helmut Sick, o menor beija-flor do Brasil.

Por Eduardo Pereira

Conhecido também como beija-flor magnífico, científico vem do grego (lophos) = crista, topete; e ornis = pássaro; e do latim (magnificus) = magnífico, esplêndido ⇒ pássaro com topete magnífico.

O macho apresenta um topete vermelho e um bonito leque de penas de cada lado do pescoço na cor branca, que terminam em uma faixa verde que passa ao negro na ponta. Com face negra, garganta e pescoço anterior verdes, partes inferiores de um cinza-esverdeado, o pequeno pássaro tem as partes superiores esverdeadas com uropigiana branca, cauda com a face anterior cor de canela, com as pontas negras. O bico é vermelho, com a ponta preta.

A fêmea não tem o topete vermelho e nem o leque no pescoço, tem a garganta branca sarapintada de canela e o bico menos intensamente vermelho, com a barriga branca. Fêmea ou macho, um ser magnífico!

O voo nupcial do topetinho-vermelho é um espetáculo à parte. Na época do acasalamento, o macho corteja a fêmea eriçando o topete vermelho e expandindo os tufos laterais do pescoço movimentando-os, enquanto executa um lento voo ou paira diante da fêmea, que permanece pousada; em seguida, sobe em voo acrobático para voltar em pique como se fosse atingir a companheira, produzindo um forte sussurro “rrrep”, e depois sobe de novo.

Seu ninho é uma tigela sólida e rasa feita de material macio, como paina de gravatá, fiapos de xaxim etc. e com sua parede externa não atapetada com líquens, como na maioria dos ninhos de beija-flores. O local escolhido é sempre sobre um ramo horizontal ou uma forquilha de árvores.

Encontrado exclusivamente no Brasil, em uma área que, segundo o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO), vai de Alagoas até o Rio Grande do Sul, o topetinho-vermelho alimenta-se principalmente do carboidrato que extrai do néctar das flores das regiões onde habita – chácaras, jardins floridos e bordas  de mata nativa, onde elas ainda existem.

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Eduardo Pereira – Sociólogo, com dados do G1-SP  e Wikiaves 

 


 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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