Ciranda transformação amor

Uma Ciranda Amigável

Uma Ciranda Amigável

Logo ao despertar numa manhã mórbida, a primeira palavra que eu pensei foi “TRANSFORMAÇÃO”, contudo ela chegou sem significado algum. Apenas pensei. Provavelmente já lhe ocorreu isso: pensar alguma coisa sem o seu significado.

Já lhe aconteceu? Quando uma palavra representa somente uma junção de letras e vogais desprovida do seu real sentido, fica para nós não o que significa, ao contrário, ela reflete o desenho de palavras. Foi o que me chegou naquele malsã amanhecer: palavra sem significado.

Do mesmo jeito se eu pegar as duas palavras mais usadas nos grupos familiares, entre amigos de ideologias, nas , no e, visceralmente, no sem os verdadeiros significados podem incorrer ao mesmo dissenso quanto a “Transformação.”

paz lenny silva

A palavra “” é usada para fins afetivos, está intimamente ligada à alteridade, pois faz elos entre as pessoas. Sabiamente em muitas culturas usam a palavra “PAZ” que no seu significado traz o desejo de nossa tão marcada pela agitação, uma correria desmedida que esvazia o significado destas três letras juntas.

O “Amor” pela paz modifica todo relacionamento humano. Principalmente porque a experiência do amor já humaniza os corações angustiados, as vidas sem sentido, os sentimentos vazios de afeto. Por outro lado, a paz sendo querida com amor restaura os corações, as vidas, os sentimentos e ainda possibilita o uso afetivo de tudo que relaciona com o humano.

A “Paz” que ama quebra, separa e divide todos os desamores e, porque é paz, dá ao homem uma serenidade, uma calmaria interna. Um alento na .

Contudo, a “Transformação” que se deixa significar o que verdadeiramente é e ainda se une ao “Amor” e a “Paz” consegue uma significação capaz de modificar quem ama buscando a paz.

Sendo que a “transformação” pelo “amor” canta um humano que que se exalta que se exalta em meio aos seus desafios cotidianos por recordar todos os dias que o que lhe modifica é o que está dentro de si mesmo:- é o seu querer: -sua força em viver. Destarte, a “transformação” da “paz” é o resumo da existência humana. Porque se deixa viver pela transformação da vida. É o momento que consegue o cume do significado da palavra “amor” que transforma e que dá paz.

A palavra quando deixa de ser um “desenho” de muitas letras juntas e significa a escrita com todas as interpretações possíveis, ela consegue criar um universo de capacidades. Vejamos: “TRANSFORMAÇÃO” familiar, profissional, ética, moral, espiritual e humana; “AMOR” pelo afeto, , pelos valores; “PAZ” interna e externa. Assim, toda palavra vazia do seu significado não passa de uma sequência de letras “vogariadas”, mas, por outro lado, ao valorizá-la na sua totalidade ela será capaz de transformar no amor e trazer a paz para os seus intérpretes.

ANOTE AÍ:

Joacir %C3%B3culosJoacir Soares D´Abadia é pároco de Alto Paraíso de .

Padre Joacir é também filósofo, escritor, articulista e especialista em Docência do Ensino Superior.

Contato: 015 61 9 9931 5433 joacirsoares@hotmail.com.

Você sabia?

Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. A ciranda é originada mais precisamente na Ilha de Itamaracá, através das de pescadores que cantavam e dançavam esperando eles chegarem do mar. A ciranda caracteriza-se pela formação de uma grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de ritmo lento e repetido.

http://xapuri.info/festim-morbido-monstruoso-sadicos-da-vazajato-debocharam-dos-lutos-de-lula/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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