Universidade de Princeton (EUA) publica depoimento inédito do artista Jaider Esbell
“Ser um artista indígena a partir da minha própria perspectiva é reivindicar por meio dessas quatro letras A R T E tudo o que ela nos conecta em termos de possibilidades e transpor exatamente mundos. É uma condição muito especial.” (Jaider Esbell)
O Brazil LAB, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, publicou depoimento do artista indígena, que morreu nesta terça, 02/11.
Por Mariana Kotscho/ Papo de Mãe
Morreu nesta terça-feira em São Paulo o artista indígena Jaider Esbell, aos 41 anos. Ele era colaborador do Brazil LAB, da Universidade de Princeton (EUA), que tinha gravado um depoimento com ele – ainda inédito.
Nascido em 1979 em Normandia, estado de Roraima (hoje Terra Indígena Raposa Serra do Sol), Jaider Esbell, da etnia Makuxi, é figura central na consolidação da arte indígena brasileira e mundial.
A sua arte conecta mundos e procura trazer as pessoas para um ambiente onde “a transformação está continuamente acontecendo e não exatamente se encaixando”, como ele mesmo disse em uma entrevista para Carlos Fausto em uma de suas visitas à Princeton.
Grande parceiro do Brazil LAB, Jaider esteve conosco em diversas ocasiões, sempre disposto a trocar ideias e experiências, de forma criativa e renovadora. Em novembro de 2019, Jaider foi um dos principais palestrantes do workshop Poéticas Amazônicas, que reuniu pesquisadores e artistas do Brasil e de Princeton. Em 2020, participou do programa “De olho no mundo”.
Contribuiu, ainda, para a biblioteca sonora Clarice 100 Ears, lendo um excerto do romance Água viva. Arguto e crítico, iluminava nossos caminhos por meio de sua arte encantatória e de sua incansável mobilização pela Amazônia.
O Brazil LAB se une à sua família e comunidade, aos seus amigos e admiradores, neste momento de indescritível tristeza e imenso pesar.”
Assista ao vídeo com o depoimento recente e inédito de Jaider Esbell para o Brazil LAB da Universidade de Princeton
As obras do artista estão atualmente em exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo, como parte da Bienal.
Ser um artista indígena a partir da minha própria perspectiva é reivindicar por meio dessas quatro letras A R T E tudo o que ela nos conecta em termos de possibilidades e transpor exatamente mundos. É uma condição muito especial.” (Jaider Esbell)
Mariana Kotscho é jornalista
Capa: Foto de Alberto César
[smartslider3 slider=38]