Viva o Vaqueiro, herói do sertão brasileiro!
No meu sertão brasileiro
Trás a bravura no peito
Tem seu cavalo ligeiro
Que pra ele é um irmão
Personagem do sertão
Viva o dia do vaqueiro
Vai correndo a mais de mil
Tira o leite logo cedo
De forma nobre e gentil
Vê o gado que remói
Viva viva o nosso herói
SOBRE O VAQUEIRO
Vaqueiro é um termo que designa no Brasil a pessoa responsável por cuidar de um rebanho de gado, de modo análago à concepção americana de cowboy.
No Sul do Brasil, o gaúcho com sua boleadeira são de origem ibérica, que incorporou elementos indígenas como o uso do chimarrão (origem paraguaia) e roupas andinas como o poncho.
No Nordeste do Brasil, onde o Português radicado se transformou no vaqueiro que faz uso de indumentária própria feita de couro, composta por perneira (calça), gibão (dolmâ ou jaqueta de couro, sobretudo), chapéu (de couro de abas largas dobradas no meio), peitoral (avental de couro), luvas e botas também de couro.
Pois o couro protege a pele do vaqueiro contra queimaduras vindas do sol e dos galhos e espinhos das árvores da Caatinga, mata ou sertão de espinhos verdes, próprios do Nordeste Brasileiro.
Características da vida de Vaqueiro
O vaqueiro é a figura central de uma fazenda e operador pois o patrão geralmente é ou foi um vaqueiro. Seu trabalho é árduo e contínuo.
Passa grande parte do tempo montado a cavalo percorrendo a fazenda, fiscalizando as pastagens, as cercas e as aguadas (fonte, rio, lagoa ou qualquer manancial existente numa propriedade agrícola) os empregados não vaqueiros conduzem os veículos para o transporte.
O maior problema enfrentado pelo vaqueiro é o da água de norte a sul, mesmo no Amazonas. Às vezes o gado tem que ser levado por dezenas de quilômetros até os bebedouros.
Na época da migração ele tem que conduzir o gado para lugares distantes na ida e na volta, muitas vezes na Amazonas tem água de mais e o gado pode se afogar.
Cabe a ele ainda reunir os animais nos currais, além de ferrá-los, ou seja, utilizando um ferro em brasa colocar em cada um a marca do seu dono, que acontece em todo o Brasil.
Uma das coisas que o caracterizam é o aboio, ao conduzir o gado para o curral ou na pastagem. Eles aboiam também quando precisam orientar um companheiro que se perde numa serra, ou se extravia numa caatinga.
Lidar com o gado no Brasil, seja na caatinga ou em outro lugar, cheio de galhos e espinhos é muito difícil, por isso o vaqueiro tem que usar uma roupa própria, com condições de enfrentá-la e que funcione como uma couraça ou armadura.
A vestimenta do vaqueiro é caracterizada pela predominância do couro cru e curtido, geralmente, utilizando-se processos primitivos, o que o deixa da cor de ferrugem, flexível e macio (retira-se todo o pelo). Antigamente era usado o couro de veado catingueiro, mas por causa dessa espécie encontrar-se em extinção, passou-se a usar o couro de carneiro e de bode a chamada no sul de pelica.
A vestimenta compõe-se de gibão ou “dolmã” (no sul, parapeito ou peitoral, perneiras, luvas, jaleco e chapéu basicamente, além de cantil e outros equipamentos de sobrevivência.
O gibão, ou dolmã, esse sobretudo, é enfeitado com pespontos e fechado com cordões de couro. O parapeito ou peitoral é seguro por uma alça que passa pelo pescoço.
No sul usa-se também um cobertor com um furo no centro, o chamado “poncho”. As perneiras que cobrem as pernas do pé até a virilha, são presas na cintura para que o corpo fique livre para cavalgar.
As luvas cobrem as costas das mãos, deixando os dedos livres e nos pés o vaqueiro usa alpercatas ou botinas. O jaleco parece um bolero, feito de couro de carneiro, sendo usado geralmente em festas.
Tem duas frentes: uma para o frio da noite, onde conserva a lã, outra de couro liso para o calor do dia. O chapéu protege o vaqueiro do sol e dos golpes dos espinhos e dos galhos da caatinga e, às vezes, a sua copa é usada para beber água ou comer.
O vaqueiro usa sempre um par de esporas e nas mãos uma chibata de couro, indicando que, se não está montado poderá fazê-lo a qualquer momento.
O seu Dia Nacional do Vaqueiro é comemorado anualmente em 20 de julho. Sendo que segundo os próprios sertanejos, todo o dia é dia de vaqueiro e vaquejada
A festa tradicionalmente mais importante para o vaqueiro local – pernambucano, celebra-se no terceiro domingo de julho, na chamada Missa do Vaqueiro, numa homenagem a Raimundo Jacó, vaqueiro assassinado por um companheiro em uma disputa em uma chamada “briga de foice (Duelo)”, até então aceita como acerto de contas, no município de Serrita, PE, em maio de 1954, segundo a tradição local pernambucana.
Fonte da informação sobre o Vaqueiro: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vaqueiro