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Coração de bananeira: Um antepasto de primeira!

CORAÇÃO DE BANANEIRA: UM ANTEPASTO DE PRIMEIRA!

Coração de bananeira: Um antepasto de primeira!

Quem conhece um pé de banana sabe que todo cacho tem um pendão com uma espécie de flor na ponta, que é chamado de um umbigo, ou de

coração da bananeira.

Por Lúcia Resende 

Pois bem, esse umbigo, muito usado em , seja refogado, seja como recheio para tortas salgadas e pastéis, dá um excelente antepasto.

Para fazer seu antepasto, é preciso colher o umbigo com as bananas ainda verdes, porque é mais macio, excluir as partes externas até chegar ao coração amarelo.

Em seguida, corte o umbigo em rodelas e vá colocando em uma vasilha com água e limão. Escorra, cozinhe em água com uma pitada de bicarbonato, para tirar o amargo.

Em seguida, escorra e prove, pra ver se o amargo saiu por completo. Se não, é só repetir a operação.

Lave bem, escorra, pingue umas gotas de limão, misture bem e reserve.

Depois, em uma panela, coloque um pouco de azeite e refogue a cebola até ficar com aspecto vitrificado.

Aí, acrescente o tomate e o pimentão cortados em cubinhos, temperos verdes (manjericão, cebolinha), sal e o umbigo de bananeira, já preparado.

Refogue, depois coloque nos potes, cubra com azeite de oliva. Pão sírio, pãezinhos, brioches, torradas ou bolachas servem como acompanhamento!

Todo vai amar, eu garanto!

Captura de Tela 2015 09 10 %C3%A0s 11.11.01Lúcia Resende – Professora – Servidora pública aposentada. Revisora voluntária da desde a edição 01, em novembro de 2014. 
@mluciares

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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