Vencemos! #SegregarNãoÉIncluir

Vencemos! #SegregarNãoÉIncluir

Antonio Carlos Sestaro nos dá a boa notícia de que a liminar que suspendia o decreto 10.502/2020 que tramitava no STF Foi aprovada – 9 votos a favor e dois contra. Essa foi uma da Coalização Brasileira pela Inclusiva e o Decreto visava segregar e não Incluir 

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“Vencemos! O Supremo Tribunal Federal garantiu a suspensão do Decreto 10.502/2020, que permitia a segregação de e adolescentes com deficiência da comum. Foram 9 votos pela suspensão e 2 contra.

As dezenas de organizações sociais que compõem a Coalizão Brasileira pela Educação Inclusiva, além de famílias, professoras, diretoras, escolas, gestoras da educação e todas as pessoas que atuam pela educação inclusiva celebram e comemoram a suspensão do Decreto da Exclusão.

Essa vitória só foi possível porque essa mobilização foi – e é – feita em coletivo, com o apoio e a articulação de pessoas, escolas e organizações de todo o país que defendem o direito de vivermos em uma plural e diversa.

Seguimos juntos e atentos pela efetividade da #InclusãoPraTodoMundo, do direito à educação de qualidade para todos os estudantes e para avançarmos cada vez na melhoria da educação inclusiva em todas as regiões do país.

#EscolaEspecialNãoÉInclusiva
#SegregarNãoÉIncluir

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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