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1984 – George Orwell e o poder da ignorância na manutenção do status quo

1984 – George Orwell e o poder da ignorância na manutenção do status quo

Existe um ditado popular que diz o seguinte: podem tirar tudo de nós, menos o nosso conhecimento. Podemos dizer que a capacidade que o ser humano tem de refletir criticamente sobre a vida é o que determinada em grande medida a sua liberdade, mas a grande questão é: por que as pessoas recusam repensar suas crenças, valores e opiniões políticas? Medo?

Por Wanderson Dutch

Freud explica da seguinte maneira: “A nossa civilização é em grande parte responsável pelas nossas desgraças. Seríamos muito mais felizes se a abandonássemos e retornássemos às condições primitivas“.

Dito isso, observemos: se porventura o individuo esteja preso em círculos de pensamentos repetitivos que não são seus, isto é, seja tão somente um reprodutor de um discurso que lhe é passado, por meio das relações sociais, torna-se impossível ser livre e, consequentemente, será um escravo do sistema  vigente. Ele estará adaptado a servidão voluntária.

“De maneira permanente, uma sociedade hierárquica só é possível na base da pobreza e da ignorância.” George Orwell. 

George Orwell

Na sociedade do conhecimento e da informação instantânea, a escravidão moderna dos indivíduos, não funciona como outrora, baseada na coerção e na força, mas no controle do pensamento(nas estratégias de manipulação), alienando o indivíduo e transformando-o em um autômato incapaz de escrever uma linha da sua vida com suas próprias mãos. A burguesia dominante cria amarras invisíveis, a fim de que os indivíduos se mantenham subjugados sem que percebam a prisão que os envolve.

Essa cegueira social, como é bem representada no  livro “O Ensaio sobre a Cegueira de Jose Saramago“, se dá em virtude da falta de reflexão crítica que os indivíduos possuem, de modo que se torna muito fácil controlá-los à realidade que os dominantes julgam como necessária à manutenção do famosos status quo.

Desta maneria, “magicamente” a realidade passa a ser construída pelos detentores do poder nas relações de força na sociedade; de maneira que ela seja modificada e ajustada de acordo com os interesses do momento. Os  “prole”, (termo de George Orwell ) apenas aceita a verdade imposta, ainda que esta seja contraditória e vise à manutenção das discrepâncias sociais.

George Orwell

Como livrar-se da dominação ?

A primeira coisa a fazer é reconhecer que há um sistema que deseja continuar com o poder e com a velha lógica de dominação em massa. Não se trata de uma teoria da conspiração. Essa realidade existe. É preciso estudar com seriedade para não confundir com teorias exageradas como os iluminatis e a nova ordem mundial. Seja prudente! Questione tudo e retenha somente aquilo que for coerente.

O controle do pensamento em massa se dá mais eficaz, visto que inexistindo uma coerção física para os que se afastam da linha, há um trabalho muito mais forte de sedução, para que voluntariamente os indivíduos tornem-se servos e abdiquem do seu direito de pensar. A falsa ideia de que existe um salvador para solucionar os problemas de uma nação é bem antiga, e muitas pensam ainda compram essa mentira, como se fosse uma verdade.

A grande maioria está totalmente adequada ao sistema, como podemos ver em Matrix. Todos vivendo felizes em sua ignorância. Vivendo vidas mecânicas, são incapazes de questionar a realidade de sua própria existência e escravidão.

. Ainda que as condições sejam difíceis e complexas, principalmente para quem mora no Brasil, existe a possibilidade de não se condicionar a esse sistema opressor. Contudo, cada vez mais facilmente as pessoas têm aceitado as crenças contraditórias da classe dominante, permanecendo imersas na sua pobreza e ignorância, mesmo que não percebam ou não queiram perceber a venda nos seus olhos.

Quando aprendermos, como diz “o profeta Geroge Orwell“, que a verdade não é questão de estatística, seremos seres pensantes e como indivíduos capazes de produzir o próprio conhecimento, mas verdade seja dita: “Quantas verdades você consegue suportar?” “Você se adaptou a uma sociedade doente ou você é um doente que não sabe que está enfermo?”

Fonte: O Martelo de Nietzsche

 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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