Guerra contra as drogas
Por Eduardo Galeano
Em 1986, o presidente Ronald Reagan pegou a bandeira que Richard Nixon havia seguido alguns anos antes, e a guerra contra as drogas recebeu um impulso multimilionário.
A partir de então, aumentaram seus lucros os narco-traficantes e os grandes bancos que lavam seu dinheiro; as drogas, mais concentradas, matam o dobro de gente que antes matavam;
a cada semana se inaugura uma nova prisão nos Estados Unidos, porque os drogados se multiplicam na nação que mais drogados tem;
o Afeganistão, país invadido e ocupado pelos Estados Unidos, passou abastecer quase toda a heroína que o mundo compra;
e a guerra contra as drogas, que fez da Colômbia uma grande base militar norte-americana, está transformando o México num enlouquecido matadouro.
Eduardo Galeano – Escritor revolucionário, em Os Fillhos dos Dias, Editora L&PM, 2012. Foto de Capa: Revista Galileu.
Eduardo Galeano – E-Biografia
Por Dilva Frazão – Biblioteconomista e professora
Embora aos 14 anos ele já houvesse enviado uma charge para o jornal El Sol, do Partido Socialista, sua carreira na imprensa só se firmaria na década de 60, quando se tornou editor do jornal “Marcha”, ao lado de colaboradores como Vargas Llosa (futuro Prêmio Nobel) e Mario Benedetti.
Nos anos 70, com regime militar no Uruguai, foi perseguido pela publicação de seu livro “As Veias Abertas da América Latina” (1971), obra de referência de esquerda, na qual o autor analisa a história da América Latina do colonialismo ao século 20. Em 1973, foi preso em decorrência do golpe militar em seu país, exilou-se, posteriormente na Argentina, onde lançou a revista cultural “Crisis”.
Em 1976, Eduardo Galeano mudou-se para a Espanha, por causa da crescente violência da ditadura argentina. Em 1985, lançou na Espanha o livro “Memória do Fogo”. Nesse mesmo ano voltou ao Uruguai.
Autor de mais de trinta livros, traduzidos para cerca de vinte idiomas, Galeano declarou, em 2014, que não se identificava mais com sua anticapitalista obra “As Veias Abertas da América Latina”. Sobre ela, disse o autor: “Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico já não a tolera”.
Em 2006, Eduardo Galeano ganhou o Prêmio Internacional de Direitos Humanos através da Global Exchange, instituição humanitária americana.
Eduardo Galeano faleceu em Montevidéu, no Uruguai, no dia 13 de abril de 2015.
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