15/12: Começa a Semana Chico Mendes 2021
Desde 1989, ano seguinte ao assassinato de Chico Mendes, o Comitê Chico Mendes realiza, no Acre, a Semana Chico Mendes, entre os dia dia de seu nascimento – 15/12 e o dia de sua morte – 22/12. Este ano, a Semana Chico Mendes tem como tema a Emergência Climática: vozes das florestas em defesa dos territórios. A Semana Chico Mendes marca uma semana inteira de encontros, reencontros, aprendizados, celebração e luta.
Foto/Imagem: Instagram @chicomendescomite
Neste ano, o evento voltará a ser presencial, em Xapuri no estado do Acre, e está com uma programação repleta de vozes potentes dos territórios amazônicos, incluindo participantes da Bolívia e do Peru.
Nesta edição da Semana Chico Mendes, os Povos da Floresta em sua diversidade de modos de vida e defesa dos territórios, mostrarão quais são as soluções climáticas locais encontradas para enfrentar essa crise ambiental que circunda o planeta Terra.
O evento é uma realização do Comitê Chico Mendes em parceria com a Casa Ninja Amazônia, SOS Amazônia, Comitê Pro Índio do Acre e o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), com o apoio da Revista Xapuri, e também poderá ser acompanhado pelas redes sociais do Comitê Chico Mendes.
Quem foi Chico Mendes?
Chico Mendes nasceu no município de Xapuri, no Acre. Filho de um migrante nordestino que foi para a selva trabalhar como seringueiro, exerceu o ofício desde cedo, acompanhando o pai na floresta Amazônica.
A partir de sua convivência com a floresta e do conhecimento adquirido sobre como extrair dela os meios de vida sem a colocar em risco, Chico Mendes passou a defender que os benefícios da manutenção da floresta são maiores que o que se obtém com sua derrubada. Sua atuação, através do sindicalismo, defesa dos direitos humanos e respeito às florestas, o transformou em uma liderança seringueira reconhecida e patrono ambiental, além de conquistar respeito internacional.
O maior legado de sua luta são as Reservas Extrativistas (Resex), espaços territoriais protegidos cujo objetivo é proteger os meios de vida e a cultura de populações tradicionais e, ao mesmo tempo, assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da área.
“Chico Mendes” Foto/Imagem: WIKIMEDIA COMMONS
Em 22 de dezembro de 1988, Chico Mendes foi assassinado em uma emboscada nos fundos de sua casa. Deixou uma viúva, Ilzamar, e três filhos órfãos: Angela (do primeiro casamento) e Sandino e Elenira. O crime ganhou repercussão mundial e pressão popular. As investigações apontaram o pecuarista Darly Alves como mandante do crime. Ele e seu irmão, Darci, foram condenados a 19 anos de prisão em 1990 por um júri popular.
O legado de Chico Mendes segue ameaçado não só por atividades ilegais dentro da floresta, que ameaçam a existência das Unidades de Conservação e das Terras Indígenas, mas até mesmo por nossos próprios parlamentares, que vêm colocando a frente Projetos de Lei que buscam reduzir ou retirar completamente medidas de refrear as atividades de desmatamento e que reduzem os direitos dos povos indígenas da Amazônia legal.
Instituto Chico Mendes
A morte de Chico Mendes evidenciou ao longo dos anos ainda mais os conflitos fundiários na região Amazônica e a questão do desmatamento.
Em 1990, foi criada uma Reserva Extrativista (Resex) batizada em sua homenagem. A reserva abrange sete municípios do Acre em uma área de quase 1 milhão de hectares de floresta preservada. Em 2007, a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fundou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com o objetivo de implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as Unidades de Conservação implantadas pela União.
Você pode conferir a programação completa com diversas atividades, palestras, oficinas, rodas de conversa, apresentações culturais, da Semana Chico Mendes através das redes sociais do Comitê Chico Mendes (@chicomendescomite) e Jornalistas, fotógrafos, profissionais de audiovisual, de redes sociais, podem participar também da cobertura colaborativa do evento nessa se inscrevendo no link do formulário: https://forms.gle/xhpbtyyWbqm2hLeZ9
Fonte desta matéria: Rádio e TV Universitária . Com edições de Zezé Weiss/Revista Xapuri.