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Capivaras

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O Relatório Cruls, cuidadosamente elaborado  pelo grupo de 22 , coordenado pelo astrônomo Luis Cruls, demarcou a área do Distrito Federal, onde hoje está

Por  

Percorrendo a região central do , em 1.892, eles definiram, inclusive, onde ficaria a barragem que forma o Lago Paranoá, que banha a Capital Federal na exata Cota Mil (mil metros acima do nível do mar).

Os luxuosos bairros do Lago Sul e Lago Norte estão debruçados em grande parte da orla, com proprietários de lotes querendo o lago só pra eles, numa ânsia selvagem de ocupação de coisa pública, muito comum por ali.

Agora, porém, a fauna silvestre voltou a ocupar seu lugar, com voracidade. Bandos  de capivaras ocupam as águas limpas do manancial e já atacaram banhistas descuidados. Disputa leal.

Pois, pois…

Capivaras O Globo

NOTA DA REDAÇÃO: Há exatamente um ano, no dia 14 de julho de 2021, nosso editor-chefe, Jaime Sautchuk, embarcou nas asas da quimera, para ser estrela em alguma constelação de , em algum jardim distante, nos insondáveis mistérios do infinito. Neste primeiro aniversário da partida de Jaime do espaço físico deste , além da saudade infinita, pra você, Jaime, a certeza de que estamos fazendo o possível para fazer valer seu : A Vida é Dez!
Estra crônica foi originalmente publicada em seu blog, sertaocerratense, em 25 de fevereiro de 2021. 
 
Fotos: Capa – Jornal de Beltrão. Capivaras – Jornal O Globo. Jaime – Cláudia Saenger. Jaime foto Claudinha 1

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

http://xapuri.info/lixo-vale-ouro/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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