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Juriti

Brasília: Agrotóxico silencia o canto da juriti

Em Brasília, o agrotóxico silencia o canto da juriti. Chocante essa matéria do site Gama Livre (www.gamalivre.com.br): Na capital do Brasil, em pleno século XXI, o agrotóxico mata pássaros e envenena vidas. O site alerta: o veneno que mata a juriti, também mata o ser humano.

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Várias espécies de aves nativas, como a Juriti, têm sido envenenadas na região da Ponte Alta de Baixo, nas lavouras localizadas nas margens da rodovia DF-180 que liga esta à DF-290 à BR-060 (entroncamento do Engenho das Lages) . Foi constatada a mortandade desses pássaros nas plantações de milho, causada por uso de um agrotóxico  conhecido como furadanconforme informações apuradas no local  pela Patrulha de Inteligência Ambiental.


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Numa dessas lavouras  de milho um gavião  ao se alimentar de uma juriti também foi morto.
A ave estava envenenada.
Esse agrotóxico, que é misturado  nas sementes na hora do plantio, envenena as aves que tentam se alimentar. É colocado nas covas com objetivo exclusivo de eliminar  essas aves  que desenterram as sementes e se alimentam, até mesmo depois de germinadas. É um método criminoso —a aplicação de tal agrotóxico— que além de ameaçar a extinção dessas aves, causa danos ao meio ambiente e à saúde  humana.
De acordo com pesquisas, esse agrotóxico  infiltra no solo contaminando-o, chegando até  às águas e permanece  na planta da raiz ao fruto e ao ser consumido pode provocar câncer e morte em animais ruminantes, e também ao homem. Existem outros métodos de proteger o plantio dessas lavouras  essas aves, um deles é fazer uso de rojões, alto-falantes com  ruídos estridentes, vigilância, espantalhos, e outros.

Alguns agricultores dessa região ao fazer o plantio, deixam espalhados fora das covas grãos dessas sementes para essas aves se alimentarem, evitando que não desenterrem as que foram semeadas. Poucos agricultores da Ponte Alta não utilizam esse agrotóxico, usando métodos não danosos ao meio ambiente e ao homem para preservar as suas lavouras.
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                    CRIME AMBIENTAL
A utilização desse agrotóxico nas lavouras é crime ambiental, conforme a Lei 9.605/98 no seu artigo 56. O Decreto 3.179/99 que regulamenta esta lei reza no seu artigo 43-São crimes, produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou em seus regulamentos:  Multa de R$ 500,00 ( Quinhentos reais) a R$ 2.000.000,00 ( dois milhões de reais) 
 
O emprego de produtos químicos no combate às ervas daninhas e pragas nas lavouras, pode causar sérios problemas ao solo, ao meio ambiente, contaminar os alimentos e acabar causando danos ao consumidor final dos alimentos, em geral, de natureza respiratória, neurológica, cancerígena, entre outras. Intoxicação, dor de cabeça, mal estar, fraqueza, sonolência e dor no estômago são alguns dos principais efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde das pessoas que trabalham com esses produtos.
Uma equipe da Patrulha de Inteligência Ambiental, ONG que investiga crimes ambientais, esteve nessas lavouras e registrou  a morte dessas aves e até armadilhas para capturá-las (veja fotos). No lado oficial uma viatura do BPMA-DF do GTA ( Grupo Tático Ambiental) esteve numa dessas lavouras, ouviu trabalhadores mas não registrou fotos de aves mortas.
Tudo leva a crer que está havendo  descumprimento do artigo 225 da Constituição Federal e da Lei 9.605/98  por parte dos órgãos do Poder Público encarregados de proteger o meio ambiente, não fiscalizando a forma de plantio dessas lavouras no DF. Aonde  estão a EMATER-DF, IBRAM, DEMA, entre outros,
Uma cena que não se repete mais às tardes na avenida Contorno,  margeando à quadra 12, Conjuntos A e B,  do Setor Sul do Gama, é  revoada das juritis (pombas do bando)  vindo da região da Ponte Alta de  Baixo e indo para  o pouso na região de Santa  Maria.  Tem sido  assassinadas nessa região.
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Além do agrotóxico, arapucas são colocadas para captura das aves.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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