Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.
Lula: Nunca mais o país entrará na escuridão do fim da cultura

LULA: “NUNCA MAIS O FIM DA CULTURA”

: Nunca mais o país entrará na escuridão do fim da

Encontro que discute políticas para a próxima década. Durante a conferência, serão debatidos seis eixos temáticos relevantes para a democratização e inclusão cultural.

Por Lucas Toth/Portal Vermelho

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda (4) que o “nunca mais entrará na escuridão do fim da cultura”. Ele participou da abertura da 4ª Conferência Nacional de Cultura, após mais de 10 anos sem a realização do evento no país.

“Nunca mais esse país entrará na escuridão do fim da cultura porque queremos as luzes acesas”, disse, lembrando que o Ministério da Cultura foi extinto no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e recriado em seu terceiro mandato.

Com o tema “ e Direito à Cultura”, o evento reuniu mais de 3 mil participantes de todo o Brasil no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em . A conferência vai até a próxima sexta (8).

“A gente tem que lembrar que nós já tivemos tempos difíceis na nossa vida, em que muita gente deixou de acreditar que era possível que este país tivesse atividade cultural muito forte. E é importante lembrar também, para que vocês não esqueçam, somente no primeiro ano do nosso governo, nós colocamos mais na cultura do que tudo que foi colocado nos últimos 10 anos neste país”, afirmou o presidente Lula no evento.

LULA: "NUNCA MAIS O FIM DA CULTURA"
Foto: Reprodução/Capoeira Nossa Nação

Orçamento

Em 2023, a aprovação do Orçamento garantiu R$ 5,7 bilhões para a área. A esse valor se somaram R$ 3,8 bilhões da Lei Paulo Gustavo e R$ 1,2 bilhão para a Condecine. As cifras juntas chegam a mais de R$ 10 bilhões, valor histórico para a pasta.

O número é ainda mais comemorado após os últimos quatro anos de estrangulamento da área – o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro reservou R$ 2,1 bilhões para a pasta, número que caiu para R$ 1,67 bilhão neste ano.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, agradeceu a sensibilidade do presidente Lula ao recriar o Ministério da Cultura e possibilitar a retomada da conferência, que, segundo ela, é um direito de todo o setor cultural. “Agora sim, o Ministério da Cultura está de volta, maior e mais fortalecido”.

O evento é realizado pelo Ministério da Cultura e Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), em parceria com a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI).

Ao longo dos dias, a conferência irá reunir as principais personalidades culturais do país para discutir as políticas públicas que irão orientar o Plano Nacional de Cultura nos próximos dez anos. Além das reuniões do Conselho Nacional de Política Cultural, a programação também incluiu shows abertos ao público na área externa do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Durante a conferência, serão debatidos seis eixos temáticos relevantes para a democratização e inclusão cultural:

  1. Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura
  2. Democratização do Acesso à Cultura e Participação Social
  3. , e Memória
  4. Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural
  5. Economia Criativa, Trabalho, Renda e
  6. Direito às Artes e Linguagens Digitais

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert/PR

LULA: "NUNCA MAIS O FIM DA CULTURA"
Cultura Tikuna – Yasmin Alves

Cultura

Cultura é um termo com sentido amplo que pode indicar tanto a produção artística quanto o modo de vida, o conjunto de saberes, a religião e outras expressões de um povo.

 
A cultura é um dos elementos de análise da Antropologia e foi desenvolvida de diferentes maneiras, de acordo com o seu local e seu povo originário.
Cultura é um termo bastante explorado pela Antropologia, que surgiu na mesma época em que a Sociologia e visa a analisar as sociedades humanas a partir de sua produção cultural, indo das mais elementares formas de organização social até as mais complexas.
O sentido de cultura é amplo. O que nos interessa aqui é saber que a cultura corresponde a um conjunto de hábitoscrenças e conhecimentos de um povo ou um determinado grupo artístico (literário, dramatúrgico, musical, derivado das artes plásticas etc.) que cultiva, de algum modo, um padrão estético semelhante.

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA