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Pinhão-Bravo

PINHÃO-BRAVO: PLANTA MEDICINAL DA CAATINGA

PINHÃO-BRAVO: PLANTA MEDICINAL DA CAATINGA

A Caatinga é um bioma rico em biodiversidade, com fauna e flora abundantes. Atualmente já existem 4.884 espécies de angiospermas descritas para este domínio fitogeográfico.

Por Eduardo Henrique

Além desse fantástico ecossistema, existe na Caatinga uma forte cultura popular que preserva os conhecimentos dos antepassados sobre o tratamento de enfermidades com os recursos naturais do bioma, principalmente com relação às plantas medicinais.

Sem dúvida, pode-se afirmar que grande parte desses conhecimentos empíricos se originaram dos povos indígenas, que foram os primeiros e por muito tempo os únicos a habitarem essa região semiárida do Brasil.

O pinhão-bravo (Jatropha molíssima) é uma planta medicinal da família Euphorbiaceae muito comum no Semiárido brasileiro. Essa espécie arbustiva, de casca lisa e de ramos moles e suculentos, pode chegar a três metros de altura em locais de solos férteis e mais profundos.

A forma mais recorrente de utilização do pinhão-bravo é por meio da extração do seu látex para tratar cortes, ferimentos e picadas de serpentes.

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O conhecimento popular do Semiárido atribui um poderoso efeito cicatrizante a esse látex. Afirma-se que bastam algumas aplicações da substância sobre o ferimento para seus efeitos benéficos serem observados.

Por outro lado, o tratamento para cura de picada de serpente é feito através do consumo do látex do pinhão-bravo, conhecido popularmente como “leite de pinhão”.

Além disso, essa espécie possui potencial para diversas finalidades, tais como a extração de óleo da semente, que pode ser usado como laxante em animais, ou até mesmo na fabricação de tintas, lubrificantes e biocombustível.

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Eduardo Henrique – Estudioso da Caatinga. Publicado originalmente em 19 de março de 2017. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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