Furrundu: delicioso doce pantaneiro

Furrundu: delicioso doce pantaneiro

Quem vai lá pelas bandas do oeste brasileiro, se embrenha pelo mato-grossense, logo vai experimentar essa delícia típica da região.

Seja no café quebra-torto, logo cedinho, seja na sobremesa ou merenda, lá está ele: o furrundu ou furrudum. Simples, fácil de fazer e inesquecível.

Fora da região, já não é raro encontrar também o furrundu, por exemplo aqui em , , da Xapuri.

Pois vamos à !

Ingredientes

3 mamões (médios) verdes

2 rapaduras

Gengibre, cravo e/ou canela a gosto

Modo de fazer

Primeiro, descasque e rale os mamões (eu gosto de ralar no ralo grosso). Depois, em um escorredor ou peneira, lave bem e escorra. Num tacho de cobre (ou panela), coloque a rapadura cortada em pedaços, o mamão, e leve ao . Coloque canela, cravo e um pouquinho de gengibre (conforme o gosto) e vá apurando, até que apareça o fundo do tacho. Daí, deixe esfriar, leve à geladeira e sirva!

Pantanal t jornalggn.com .brFoto: jornalggn.com. br
PANTANAL: SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE A TERRA DO FURRUNDU

O Pantanal, a terra do Tuiuiú, apresenta grande diversidade de espécies de superiores, como árvores e arbustos (1.647 espécies) e alta diversidade de fauna: 263 espécies de , 122 espécies de mamíferos, 93 espécies de répteis, 1.132 espécies de borboletas.

Existem mais espécies de aves no Pantanal (656) do que na América do Norte (cerca de 500) e mais espécies de peixes do que na Europa (263 no Pantanal contra aproximadamente 200 em rios europeus).

O Tuiuiú, a ave-símbolo do Pantanal, tem mais de 2 metros de envergadura com as asas abertas.

O maior peixe do Pantanal é o jaú, um bagre gigante que chega a medir 1,5 metros de comprimento e a pesar até 120 quilos.

O jacaré do Pantanal mede até 2,5 metros de comprimento e se alimenta principalmente de peixes.

A maior cobra do Pantanal é a sucuri amarela. Mede até 4,5 metros e se alimenta de peixes, aves e pequenos mamíferos.

A do Pantanal chega a pesar 150 quilos, alimentando-se de aproximadamente 85 espécies de que vivem na região.

O Pantanal brasileiro tem 144.294 km2 de planície alagável, 61,9% dos quais (89.318 km2) no Mato Grosso do Sul e 38,1% (54.976 km2) em Mato Grosso. O bioma do Pantanal foi reconhecido pela Unesco em 2000 como Reserva da Biosfera.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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