Finalmente, enfrenta-se a questão?
Como descrever o fenômeno mais letal na história do estado fluminense? Mais de 130 mortos ou assassinados na “armação ” do governo do estado, na Serra da Misericórdia, entre as favelas do chamado “completo” da Penha
Por Adair Rocha
De um lado, o pressuposto eleitoral é conditio sine qua non para se compreender porquê nesse momento, precedido também pela “normalização” ou “naturalização” da expressão: bandido bom é bandido morto, quase que significando moradores de favelas.
Isso introduz o discurso contra os Direitos Humanos, no inconsciente da população, cuja alternativa é o apoio e o aplauso do assassinato em massa, como aparente solução ao clima hostil e cruel do tráfico nas favelas. Finamente, enfrenta-se a QUESTÃO?
Não fica dúvidas de que “matança ” não é a solução. A emergência do tratamento dessa questão, não pela crueldade já citada, na exploração dos bens de consumo prioritários, como a sofisticada relação econômica e sua repercussão no sistema global, como o PCC em Belgrado e outros centros, como a Faria Lima, mostra o caráter orgânico nacional do CV. Isso precisa ser combatido e destruído.
Está em questão a ação do Estado em sua gestão territorial e integrada para a prisão dos líderes e militantes, de forma a desarticular organizações tão poderosas.
Em seguida à “matança” no Rio, verificou-se a prisão de lideranças e ativistas do CV, atuando na Bahia e no Ceará, seguindo com rigor esse papel integrado do Estado.
Isso, no entanto, pressupõe também uma leitura de cidade, em sua dimensão de multicentralidade.Finamente, enfrenta-se a QUESTÃO?
Adair Rocha – Professor Titular da FCS/UERJ. Autor de Cidade Cerzida. Capa: Joédson Alves/Agência Brasil





