E não é que destruíram, mesmo, a horta comunitária da Asa Norte?!

31224284 10156354363353887 1293375112673670666 nCadê o bom senso? E não é que destruíram, mesmo, a horta comunitária da Asa Norte?!

A ameaça se cumpriu e a horta comunitária do bloco H da 216 Norte foi destruída. Mês passado o Olhar Brasília mostrou a queda de braço entre moradores e o síndico do prédio, que queria, a todo custo, acabar com o jardim medicinal.

O projeto era substituir a iniciativa saudável da coletividade por ‘um novo projeto paisagístico’ no bloco. Munido de 16 procurações, o síndico conseguiu maioria na assembleia para aprovar o fim da horta.

De nada adiantaram os apelos e os infindáveis argumentos pela manutenção do jardim, cultivado com carinho pelos moradores. Esta semana a ordem foi cumprida e as plantas arrancadas. Os moradores ainda tentaram salvar algumas mudas, mas nada puderam fazer pela pitangueira, que era um dos xodós da quadra há 15 anos.

O síndico, Jader Almeida, continua afirmando que o local era um “depósito de lixo” que apresentava risco aos moradores. Mas não foi o que constatamos numa visita à horta mês passado, como mostram as fotos da época.

ANOTE AÍ:

Fonte desta matéria:

Olhar Brasilia

Várias entidades da sociedade civil, incluindo o Conselho Comunitário da Asa Norte, publicaram uma carta aberta repudiando o fim da horta na 216. E o Olhar Brasília, acreditando sempre no diálogo como foram de resolução de conflitos, lamenta que tenha faltado bom senso no caso da horta da Asa Norte. Nosso blog www.xapuriinfo.dream.press se solidariza e assina embaixo.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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