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Rede Cerrado reafirma compromisso com o bioma e seus povos

Rede Cerrado reafirma compromisso com o bioma e seus povos –

Assembleia Geral reuniu cerca de 30 entidades associadas à Rede em Brasília, para debater novas estratégias e ações conjuntas em defesa do Bioma e de seus povos; evento marcou o início de uma nova fase para a Rede Cerrado.

União de esforços e saberes, resistência dos povos, movimento, esperança, partilha, defesa e gratidão. Essas foram algumas das palavras e sentimentos que permearam a Assembleia Geral da Rede Cerrado, ocorrida em Brasília (DF), em maio último.

A atividade reuniu cerca de 50 pessoas de todo o , representantes de 30 entidades associadas à Rede Cerrado. O principal objetivo foi traçar estratégias e ações conjuntas para intensificar a atuação da Rede em defesa do Bioma, de seus povos e comunidades tradicionais.

O evento marcou o início de uma nova fase para a Rede Cerrado. do Socorro Teixeira Lima, mais conhecida como dona Socorro, do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) e atual coordenadora-geral da Rede Cerrado, disse que a expectativa, com a retomada das atividades, para ela, foi superada. “A gente está confiante que a partir dessa assembleia a Rede Cerrado vai continuar suas lutas de apoio e de defesa do Bioma com ainda mais força e unidade”.

Já Rodrigo Noleto, do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e atual coordenador administrativo da Rede Cerrado, lembrou que, nesta nova fase, dois projetos ajudarão a Rede principalmente no âmbito do fortalecimento institucional e da incidência política. “A gente quer trazer o Cerrado como um Bioma fundamental que está indo embora e está cada vez mais frágil”, alertou Noleto.

A Assembleia Geral da Rede Cerrado ocorreu num período em que o Bioma sofre graves ameaças, sendo substituído rapidamente por extensas áreas de monoculturas e pecuária. A devastação do Cerrado já chega a 52% do território e isso está comprometendo nascentes, rios, riachos, além das culturas e práticas sustentáveis de conservação. O contexto fez com que a Rede Cerrado reafirmasse seu compromisso em defesa do Bioma, dos seus povos e comunidades tradicionais.

Irene Maria dos Santos, do Instituto Brasil Central, que acompanha a Rede Cerrado desde a sua criação, em 1992, destacou a grande relevância da Rede por ser, em um único espaço, uma articulação, uma mobilização e um intercâmbio de experiências.

“Se a gente, enquanto sociedade civil, não se organiza, a gente não tem possibilidade de avançar em uma política pública de para o Cerrado. A gente precisa desse lugar!”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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