Chico Mendes – 30 anos: Uma camisa para vestir
Em dezembro, o Brasil e o mundo completam 30 anos sem a presença física de Chico Mendes, o maior líder sindicalista e ambientalista que o Brasil já teve.
Um grande encontro dos povos da Amazônia e de seus parceiros e parceiras de todos os cantos do planeta está sendo organizado para os dias 15, 16 e 17 de dezembro, na cidadezinha acreana de Xapuri, onde nasceu e viveu o grande seringueiro até o dia do seu assassinato pelas forças do latifúndio, em 22 de dezembro de 1988.
Para que os povos extrativistas da Amazônia possam honrar a memória e celebrar o legado de Chico Mendes no encontro de Xapuri, contribua comprando uma camiseta em nossa loja solidária: www.lojaxapuri.info.
Biografia de Chico Mendes
Chico Mendes (1944-1988) foi um líder seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Lutou pela preservação da Floresta Amazônica e suas seringueiras nativas. Recebeu da ONU o Prêmio Global de Preservação Ambiental.
Chico Mendes (1944-1988) nasceu em Xapuri, Acre, no dia 15 de dezembro de 1944. Filho do seringueiro Francisco Alves Mendes e de Maria Rita Mendes, desde criança acompanhava seu pai pela floresta. Sem escolas na região, só foi alfabetizado com 19 anos de idade.
Em 1975 iniciou sua atuação como sindicalista, foi nomeado secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Basileia. No ano seguinte iniciou sua luta em defesa da posse de terra para os habitantes nativos da região. Criou os “empates” – forma de luta pacífica para impedir o desmatamento da floresta, onde toda a comunidade se mobilizava e fazia barreiras com o próprio corpo nas áreas ameaçadas de destruição pelos serralheiros e fazendeiros.
Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. Nesse mesmo ano foi eleito vereador pelo MDB. Recebeu as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros. Em 1981 assumiu a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente.
Em 1982 candidata-se a deputado federal pelo PT, mas não consegue se eleger. Em 1984 foi acusado de incitar os posseiros a praticar violência. Julgado pelo Tribunal Militar de Manaus foi absolvido por falta de provas. Em outubro do ano seguinte lidera o Primeiro Encontro de Seringueiros e cria o Conselho Nacional dos Seringueiros.
A liderança de Chico Mendes na luta dos seringueiros e na preservação da floresta atingiu repercussão nacional e internacional. Em 1987 proferiu um discurso na reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Miami (EUA), denunciando a destruição da floresta e solicitando a suspensão do financiamento para a construção da BR – 364, que atravessava o estado de Rondônia e chegaria ao Acre. O objetivo da rodovia seria criar um caminho para escoar a produção gerada pelos estados amazônicos e pelo Centro Oeste, que chegaria ao Pacífico pelo porto peruano.
Nesse mesmo ano, Chico Mendes recebeu em Xapuri uma comissão da ONU que viu de perto a destruição da floresta e a expulsão dos seringueiros. Dois meses depois o financiamento foi suspenso e o BID exigiu do governo brasileiro o estudo do impacto ambiental na região. O Senado americano, onde Chico Mendes também foi convidado a falar, fez recomendações a diversos bancos que também financiavam projetos na região. No mesmo ano Chico Mendes recebeu da ONU o Prêmio Global 500, de Preservação Ambiental.
Em 1988 é criada no Acre, a União Democrática Ruralista (UDR). Nesse mesmo ano Chico Mendes participa da criação primeira reserva extrativista do Acre. Após a desapropriação das terras do fazendeiro Darly Alves da Silva, Chico Mendes recebe ameaças de morte por prejudicar o progresso da região e denuncia o fato às autoridades, pedindo proteção.
Durante o Terceiro Congresso Nacional da CUT, Chico Mendes volta a denunciar as ameaças que vem recebendo. A tese que apresenta – “Defesa do Povo da Floresta” – em nome do sindicato de Xapuri, é aprovada por unanimidade. Chico Mendes é eleito suplente na direção da CUT.
No dia 22 de dezembro de 1988, ao sair de sua casa em Xapuri, Chico Mendes é assassinado com tiros de escopeta, deixando esposa e dois filhos pequenos. Em dezembro de 1990, a justiça brasileira condenou o fazendeiro Darly Alves a dezenove anos de prisão pela morte de Chico Mendes.
Fonte: www.ebiografia.com
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