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Alter do Chão: O paraíso na terra

Alter do Chão: O paraíso na terra

Em 2009, o jornal inglês The Guardian classificou Alter do Chão como uma das dez mais belas praias do . Banhadas pelas águas quentes e verdes do Rio Tapajós, extensas faixas de areia branca e, numa quantidade imensa, pequenas ilhas se formam no período da vazante, que vai de agosto a fevereiro.

É o tempo dos banhos de praia, das peixadas ao luar na Ilha do Amor, localizada em uma bela península com terrenos arenosos e inundáveis. Ou dos piqueniques em praias menores, como a do Cajueiro, próxima à vila, na orla do rio Tapajós.

Depois, vem o período das cheias, de março a julho, com água por todo lado. Vão-se as ilhas, ficam os botos, lindos botos cor-de-rosa fazendo piruetas ao longo das rotas dos barcos que se aventuram em incursões pela floresta a partir da Vila de Alter do Chão, distrito administrativo do município de Santarém, no estado do Pará.

FESTA DO SAIRÉ

Em Alter do Chão, todo ano, em geral no começo do período da vazante, acontece um dos festivais folclóricos mais lindos da , a Festa do Sairé, ou Çairé, segundo a comunidade local. Centrada no folclore dos botos Tucuxi e Cor-de-Rosa, a festa, originalmente indígena (povos Borari), mistura elementos profanos e religiosos.

Os festejos, que giram em torno da sedução, da morte e da ressurreição dos botos, começam com o hasteamento de dois mastros enfeitados com frutas regionais, disputados separadamente por mulheres e homens.

Em seguida, dá-se o ritual religioso e realiza-se a apresentação de danças folclóricas pelas comunidades da região, com representações das tribos indígenas, da Cunhantã-iborari, da Principaleza do Lago Verde, da Rainha do Çairé, do Tuxaua (cacique), do e dos pescadores.

O enredo, ecológico, ressalta sempre a natureza. No Lago Verde, palco da trama, a indiazinha Cunhantã-iborari é engravidada pelo boto. Seu pai, o Tuxaua, manda matá-lo. Com isso, atrai a fúria dos maus espíritos da floresta. Para aplacá-los, o Tuxaua pede ao Pajé que faça a ressurreição do boto, em um momento de apoteose do festival.

No último dia, ocorre a “varrição da festa”, composta pela derrubada dos mastros, seguida por um almoço de confraternização, chamado de “cecuiara” e, à noite, um grande baile de “confraternização dos barranqueiros”.

 

COMO CHEGAR

Todos os caminhos para Alter do Chão passam por Santarém. Em geral as pessoas chegam de barco, de carro ou de ônibus. De Santarém a Alter do Chão, são 38 km de estrada asfaltada, pela rodovia Everaldo Martins, a PA-457. Em Santarém, os ônibus saem de hora em hora, sempre cheios. Para quem for com muita bagagem, é melhor tomar um táxi.

Fotos: viajecomigo.tur.br | cileidemoussallem.com.br | intravel.com.br

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Uma resposta

  1. ALTER DO CHÃO

    A Amazônia é o santuário da natureza
    E um pedaço do céu de tanta beleza!
    Para os anjos da guarda da sua defesa,
    Alter do Chão é o altar dessa grandeza!

    Autor: Sebastião Santos Silva da Bahia

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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