Vai uma carona aí? Estilo alternativo de viagem evita1,6 milhões de toneladas de Co2 na atmosfera por ano

Caronas evitam emissão de 1,6 milhão de toneladas de CO2 na atmosfera por ano

Estudo global realizado pela BlaBlaCar, em parceria com o instituto francês Le BIPE, reforça impactos positivos da compartilhada no meio-ambiente – Pesquisa contou com dados de quase 7 mil carros em oito países

Por: Ana envolverde

A BlaBlaCar anuncia hoje o lançamento da Zero Empty Seats, um estudo global sobre o impacto ambiental da carona solidária. O relatório, conduzido pelo instituto de pesquisa francês Le BIPE, é o primeiro a apontar dados reais de uso da comunidade de 70 milhões de caronistas da BlaBlaCar.

De acordo com a análise, 1,6 milhão de toneladas de CO2 deixou de ir para a atmosfera graças à eficiência dos carros com mais pessoas na comparação com outros modos alternativos de transporte, aos comportamentos de direção melhorados dos membros e à carona informal inspirada pela BlaBlaCar fora da plataforma.

O instituto Le BIPE analisou os dados de uso real da BlaBlaCar durante 12 meses e pesquisou 6.884 membros da BlaBlaCar em 8 países. O estudo segue a pesquisa da BlaBlaCar sobre o impacto social das caronas e revela a economia de CO2 atual e projetada gerada pela carona solidária.

O relatório Zero Empty Seats apresenta quatro cenários diferentes com base nas inovações em curso e nas previsões de crescimento da comunidade BlaBlaCar. Desde o compartilhamento de caronas até ao transporte para uma experiência de viagem porta-a-porta, existem várias alavancas para alimentar o crescimento da BlaBlaCar e ajudar a poupar um total anual de 6,4 milhões de toneladas de CO2 em 2023.

PRINCIPAIS CONCLUSÕES:

  • Economia total de CO2: 1,6 milhão de toneladas de CO2 economizado pela carona solidária em 2018 – igual ao CO2 absorvido em um ano por uma do tamanho de 730.000 campos de futebol
  • 3,9 pessoas por carro: a taxa média de ocupação de carros na BlaBlaCar (vs 1,9 pessoas por carro sem a BlaBlaCar).
  • Com apenas 1,6% a mais de carros na estrada, a carona permite o transporte de duas vezes o número de passageiros em carros (+ 210%), com 26% menos emissões de CO2
  • Mudanças de comportamento:
    • Carta de motorista: 28% dos passageiros da BlaBlaCar que não têm carta estão postergando o teste graças ao compartilhamento de carros
    • rodoviária: 22% dos motoristas da BlaBlaCar reduzem a sua velocidade quando partilham caronas, aumentando ainda mais a economia de CO2 gerada pela BlaBlaCar

Os fatos são simples – para proteger o futuro do nosso , devemos trabalhar juntos para agir hoje. Esses resultados mostram como a mobilidade compartilhada pode reduzir significativamente a emissão de carbono no transporte, sem limitar as aspirações de viagem ou o acesso à mobilidade. A BlaBlaCar sempre lutou para reduzir o número de assentos vazios na estrada, e a implantação contínua de ônibus de longa distância em nossa plataforma reforçará ainda mais nossos esforços nessa direção”, disse Nicolas Brusson, CEO e co-fundador da BlaBlaCar.

Metodologia:

A pesquisa é baseada em 3 fontes de informação:

  • Dados de uso real durante um ano (de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2018) para cada país (fonte: BlaBlaCar)
  • Dados de referência externa para cada país, incluindo mix de energia, fontes de energia e níveis de emissões de CO2
  • Uma pesquisa com 6.884 membros da BlaBlaCar em 8 países: França (1.064 respondentes), Brasil (558), Alemanha (1.204), Itália (1.162), Polónia (679), Rússia (674), Espanha (829) e Ucrânia (714)

Sobre a BlaBlaCar

Com 70 milhões de membros em 22 países, a BlaBlaCar reúne a maior comunidade de caronas de longa distância do mundo. A plataforma conecta os condutores que viajam com assentos vazios em seu veículo com passageiros viajando na mesma direção. Juntos, eles compartilham a viagem e os custos. Com a recente integração de uma rede de ônibus na França, a BlaBlaCar pretende tornar-se a principal referência em viagens rodoviárias compartilhadas. A BlaBlaCar cria uma solução de mobilidade acessível, conveniente e fácil de usar.

Fonte: http://envolverde.cartacapital.com.br/caronas-evitam-emissao-de-16-milhao-de-toneladas-de-co2-na-atmosfera-por-ano/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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