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Ditadura Nunca Mais! #VidasNegrasImportam

Ditadura Nunca Mais!

Por: Iêda Leal de Souza 

Em 31 de março de 1964 – com o apoio de parte considerável da elite social brasileira – foi deflagrado o golpe de Estado que levou as Forças Armadas a interromperem o funcionamento das instituições democráticas, instaurando a .

A partir daquela manhã, o mergulharia numa longa noite, que durou 21 anos, de tensão por ações de repressão ao exercício das liberdades e lutas de resistência. Muitos e muitas de nós foram vítimas da do regime.

A verdade não vai ser apagada. A ditadura militar promoveu torturas, prisões ilegais, redução de direitos, cassações de políticos, funcionários públicos e dirigentes sindicais, perseguição de estudantes, e assassinou milhares de pessoas no campo e na cidade, entre eles jovens líderes negros e negras.

A truculência dos cinco generais que se sucederam no comando da ditadura militar contou com o apoio da elite e dos empresários do ramo de telecomunicações.

Em 1978, sob as ameaças do Estado de exceção, traduzidas em prisões arbitrárias, práticas de tortura pelos agentes da repressão e assassinatos, e sob forte violência racial, fundávamos o Unificado, na cidade de São Paulo, com o propósito de lutar contra o e contra toda forma de opressão. Travamos a luta contra a ideologia sustentada por militares da existência da democracia racial no Brasil.

Em Marcha contra o racismo e pela democracia, O MNU foi duramente perseguido pelo regime militar. Resistiu!

Nestes 40 anos do MNU, nós reafirmamos o nosso compromisso com um Brasil livre, soberano, democrático e sem racismo, no qual a pretitude seja verdadeiramente respeitada, onde nossos jovens vivam com a certeza de uma vida que não seja marcada pela morte, mas pela esperança. Lutamos pela construção de uma sociedade democrática, antirracista, anticapitalista e antissexista.

Lutamos por um País livre do neofascismo que infelicita os nossos dias. Exigimos uma nação norteada por princípios democráticos, afrocentrados, em que o valor da vida se encontre no respeito à diversidade, às diferenças e nas conquistas coletivas.

ieda111Iêda Leal Tesoureira do SINTEGO; Secretaria de Combate ao Racismo da CNTE; Conselheira do Coordenadora Nacional do Movimento Negro Unificado – MNU; Vice Presidenta da CUT-GO.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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