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Descarte de comida boa: O ato impacta não só a economia, mas também o meio ambiente.

Descarte de comida boa: O ato impacta não só a economia, mas também o .

Descartar comida boa. O ato impacta não só a economia e o acesso de milhões de pessoas a uma alimentação saudável, mas também o meio ambiente.

Por: Vanessa de Oliveira – pensamentoverde

No , o descarte de resíduo orgânico é alarmante: são quase 37 milhões de toneladas por ano, basicamente, restos de alimento — a quantidade é quase 50% de todo o lixo recolhido no país. A situação coloca o país entre as dez nações que mais desperdiçam alimento no mundo.

Um estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas) em parceria com a startup de pesquisas digitais MindMiners, com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e com o programa Sem Desperdício da União Europeia, revelou que cada brasileiro joga fora, em média, 41,6 quilos de comida por ano. Desse volume, 38% são arroz e feijão; 35% carnes (bovina e frango); 4% leite e derivados e outros 4%, frutas e hortaliças. Outros itens apontados foram massas, peixes e grãos.

Na pesquisa, feita com 1.764 pessoas de todas as regiões do país, diversas faixas etárias e de diferentes classes sociais, constatou-se que  70% dos entrevistados valorizam ter a dispensa de casa cheia. Verificou-se também que a maior parte acredita que sabor (94%) e frescor (77%) são os principais pontos a considerar. Sendo assim, 43% dos participantes declararam que descartam as sobras das panelas.

Impacto ambiental

Estimativas mundiais do projeto Perda e Desperdício de Comida da FAO, a agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para alimentação, dão conta de que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano não são consumidos. Uma vez em aterros sanitários, os resíduos alimentares promovem , pois lá apodrecem e acabam por liberar metano, um gás de efeito estufa que é cerca de 25 vezes mais nocivo ao meio ambiente do que o CO² (dióxido de ).

A carne é, de longe, o maior vilão do clima entre os alimentos. O gado e outros ruminantes geram grandes quantidades de metano. No caso das vacas, são várias centenas de litros de gases por dia. Como resultado, cerca de 13 quilos de CO² são liberados por cada quilo de carne bovina, segundo a organização ambientalista Greenpeace.

Estima-se que a emissão de carbono dos alimentos desperdiçados equivale a 3,3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano.

A comida jogada no lixo soma um desperdício de cerca de 170 trilhões de litros de água por ano, já que o recurso é amplamente usado durante a produção de praticamente tudo o que é consumido. O número representa em torno de 24% de toda a água utilizada na agricultura.

A Terra possui 1,4 milhão de quilômetros cúbicos de água, mas apenas 3% são de água doce. Destes, apenas 0,26% pode ser aproveitado. Diante disso, as estatísticas prevêem que em 2025, 1,8 bilhão de pessoas viverá em países ou regiões com escassez absoluta de água.

Reverter esse cenário de desperdício e combater problemas presentes e de um futuro nada distante, está em ações bem simples.

Reaproveite

Aquela comida que sobrou de uma refeição e ficou na geladeira pode ser consumida como está ou transformada em outra receita (na internet, você pode encontrar várias ideias).

Utilize integralmente os alimentos: cascas, talos e folhas. A folha de beterraba, por exemplo, que é rica em vitamina A, pode ser refogada e o talo em um molho vinagrete, além de dar uma cor bem bonita ao prato.

Ricas em fibras, aproveite alguns alimentos sem descascá-los, como cenoura, batata, mandioquinha (batata- baroa) e chuchu. Assados ou cozidos, ficarão gostosos e ainda mais nutritivos.

Outra saborosa sugestão é usar a casca da banana para fazer um dos doces mais tradicionais do Brasil: o brigadeiro. Você vai precisar da cascas de 3 bananas, cortadas em tirinhas, 300 ml de água, 1 xícara de chá de açúcar, 2 colheres de sopa de manteiga, 4 colheres de sopa de farinha de trigo, 1 xícara de chá de leite, 1 xícara de chá de leite de leite em pó, 2 colheres de sopa de chocolate em pó e chocolate granulado.

evitar descarte de toneladas de comida interna

Em uma panela, coloque as cascas de banana com a água e o açúcar. Cozinhe até ficar pastoso. Acrescente a manteiga, a farinha de trigo dissolvida no leite; o leite em pó e o chocolate em pó. Cozinhe até desprender do fundo da panela, coloque em um prato e deixe esfriar. Então, está pronto para fazer as bolinhas, passar no chocolate granulado e saboreá-los!

Planeje-se e organize-se

Substitua as compras mensais por semanais, assim, você compra itens mais frescos. Planeje o cardápio semanalmente e faça uma lista dos ingredientes necessários para o preparo dos pratos. Dessa forma, você vai adquirir só o que realmente precisa e evita que alimentos estraguem na dispensa. Antes de ir ao supermercado, verifique quais produtos já tem em casa.

Ao comprar alimentos perecíveis, pegue em pequenas quantidades e mais vezes na semana, se possível, para não correr o risco de estragarem e ter de jogar fora.

Quando for guardar os alimentos, coloque na frente aqueles com datas de vencimento mais próximas, para utilizá-los antes que o prazo expire.

Dê mais vitalidade à sua horta

Faça a compostagem de seus resíduos orgânicos. Eles se transformarão em  adubo natural, substituindo o uso de produtos químicos.

Outras dicas

Dê preferência a frutas, verduras e legumes da época. Quando produzidos em sua estação, a irrigação geralmente não é necessária, o que ajuda a economizar água. Já quando cultivados fora da época, precisam não só de mais água, mas também de mais recursos para o seu crescimento – maior uso de insumos como pesticidas e fertilizantes.

Por fim, uma dica que é muita falada, mas que vale lembrar: evite fazer compras com fome, para não pegar mais alimentos que o necessário.

Fonte: https://www.pensamentoverde.com.br/sustentabilidade/saiba-como-evitar-o-descarte-de-mais-de-30-milhoes-de-toneladas-de-alimento/


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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