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É PRECISO SALVAR TODOS OS INSETOS PARA SALVAR A EXISTÊNCIA HUMANA

INSETOS: É PRECISO SALVAR TODOS ELES PARA SALVAR A EXISTÊNCIA HUMANA

Insetos: É preciso salvar todos eles para salvar a existência humana

A notícia publicada pelo site The Guardian, fala sobre um relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES em Inglês), o qual alertou sobre a estimativa de que 10% das espécies com 5,5 milhões de insetos, estão ameaçadas de extinção.

Por Eliane A Oliveira/Greenme

26 10 2021

Isso está ocorrendo devido às culturas agrícolas, uso de pesticidas e o aumento da população humana. No entanto, a pesquisadora Anne Sverdrup-Thygeson, da Universidade Norueguesa de Ciências da Vida, explica que tanto a água, quanto a comida que a humanidade necessita, dependem da sobrevivência desses insetos.

Apreciadora dos insetos, Anne em seu livro Insetos Extraordinários, não só descreve as mais variadas façanhas e curiosidades que cada inseto pode ter, como tenta fazer com que as pessoas passem a apreciar as mais diversas criaturas. Segundo ela, atualmente existem cerca de 200 milhões de insetos para cada ser humano. Porém, estatísticas mostram que, com o aumento da população humana, o número de insetos foi reduzido pela metade, ameaçando um colapso dos ecossistemas.

Claro que para muitos de nós, salvar os insetos é algo fora de cogitação, principalmente para quem vive em áreas urbanas e se incomoda com qualquer besourinho. Contudo, Anne explica que os insetos são extremamente importantes para a sobrevivência natural da vida na Terra.

Não somente as abelhas…

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Nós aprendemos que a função das abelhas, por exemplo, é polinizar as flores, fazendo com que outras plantas cresçam em diversas regiões. Anne explica que até as formigas têm o seu papel na dispersão de sementes, pois segundo descreveu a pesquisadora, algumas delas são responsáveis pela propagação de até 11.000 espécies de plantas. Além disso, o que nós vemos como pragas e destruidores de móveis, Anne chama de “serviço de coleta de lixo”, pois os insetos decompõem madeiras, plantas e animais com o intuito de gerar nutrientes para uma nova vida.

Outra função importante dos insetos é a de servirem como alimento para aves, répteis, anfíbios e mamíferos. Segundo informou o site Audubon.org, a queda no número de insetos contribuiu para a perda de 421 milhões de aves na Europa nas últimas três décadas.

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De acordo com a conclusão da apreciadora de insetos, as espécies mais raras estão desaparecendo primeiro. Na opinião dela, a consequência do desaparecimento dos insetos poderá colocar a nossa própria existência em risco. É preciso dar um basta no uso de pesticidas e ter a consciência da importância de todos os insetos para o bom funcionamento do nosso ecossistema.

Fonte: Greenme

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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