FIGO NÃO É FRUTA, É FLOR!

Figo não é fruta, é flor! 

Geralmente, os figos são considerados frutos, no entanto, na realidade, é um conjunto de frutos unidos, também conhecido como flor invertida.

Ou seja, apesar de sua concepção como fruto, os figos são uma infrutescência, uma flor invertida que floresce dentro da bainha avermelhada escura, conhecida popularmente como figo.

Os figos são compostos de vários aquênios, que são na verdade cada um dos frutos de casca dura e a única semente que cada flor produz. Estes aquênios são responsáveis ​​pela textura característica crocante do figo.

Então, ao comer este alimento , você não está comendo uma única fruta , na verdade você está comendo centenas de frutas ao mesmo .

O verdadeiro protagonista responsável pelos figos

Figo não é fruta, é flor! 
Foto: Divulgação/O Tempo

A coisa mais incrível sobre os figos é que, para sua floração, eles exigem envolvimento específico de . Neste caso, uma vespa que se sacrifica e morre dentro do figo.

Isso ocorre porque, para o processo de polinização, o figo não pode contar com o ou a chegada de com pólen de outras frutas para iniciar sua reprodução.

O verdadeiro protagonista de todo esse processo consiste na chamada vespa de figo. Esses insetos têm a responsabilidade de transportar o material genético dessas e, assim, permitir sua reprodução.

Por sua vez, as vespas depositam as larvas de suas espécies dentro do figo, de modo que ambos praticam uma relação de simbiose ou mutualismo.

Como os figos não podem se reproduzir sem insetos, enquanto eles precisam de um local seguro para depositar suas larvas.

Para realizar esse processo, as vespas fêmeas entram em figos masculinos (que normalmente não são consumidos). Porque eles contêm uma forma especial que facilita o abrigo de ovos de vespa, que morre por dentro para perder suas asas e antenas.

A partir deste momento, os machos jovens da vespa estão preparados para se reproduzir dentro dos figos, pois não possuem asas e meios para deixar a fruta.

Com o passar do tempo, procriam com as fêmeas e fazem um túnel de saída, através do qual estas são removidas, carregando o pólen necessário para repetir o ciclo em uma nova figueira.

Sem necessidade de alarme

Embora a presença de insetos dentro dos figos possa causar preocupação com seu consumo, na verdade, os corpos de vespas mortas dentro do figo se decompõem graças a uma enzima da fruta.

Além disso, hoje em dia os figos prontos para consumo humano são partenogenéticos. Ou seja, são que dão frutos mesmo que não possuam polinizadores, como vespas de figo.

Assim, você pode comer tranquilamente dos frutos desta flor rica e exótica, sem medo ou risco de comer um inseto acidentalmente.

Figo não é fruta, é flor! 
Foto: Reprodução/Internet

 

Fonte: Curioso

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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