Coronavírus: Uma boa notícia que vem do Acre, seu Manoel teve alta!

Coronavírus: Uma boa notícia que vem do Acre, seu Manoel teve alta!

Seu Manoel da CooperAcre, primeiro a se internar com coronavírus no Acre, acaba de ganhar alta. Longa , seu Manoel!

Daqui do , essa semana pra nós foi de muita preocupação com a de seu Manoel, o presidente da CooperAcre que, com 81 anos de idade, foi internado com o coronavírus na semana passada. Ao final da tarde desta sexta-feira, 27 de março de 2020, o Blog do Evandro Cordeiro, via Contilnet, trouxe a boa notícia: Seu Manoel teve alta. Com mil alegrias, reproduzimos a matéria:

Ele foi o primeiro acreano a se internar com os sintomas da doença, depois diagnosticada por meio de exames. Ficou oito dias na UPA e agora há pouco ganhou alta. Está sendo recebido neste momento pela família, em Capixaba, numa festa sem agarra-agarra, uma vez que todos na casa estão de quarentena, esperando pelo aparecimento de alguém com sintomas, ou não, até semana que vem.

Seu Manel adoeceu depois de participar de uma reunião em Capixaba há pouco mais de uma semana.

O deputado estadual Daniel Zen, do PT do Acre, e o ex-senador Jorge Viana também foram infectados pelo coronavírus. Os dois se recuperam em casa.

#OBrasilTemQuePararBolsonaro

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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