Subjetividade

Por Vanílson Reis

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Muitas pessoas
Não mudarão
Suas atitudes
Com o Coronavírus.
O homem bom
Ficará melhor,
E muitíssimo puro,
De coração.
Aquele dantes ruinzito!
Infelizmente,
Não aprenderá nada
Com a catástrofe sanitária.
É a raça humana!
Dentro do vidro
Do Merthiolate,
Que se assemelha
À cor do sangue,
Na drogaria fajuta.
É a ferida mal curada
Pelo sentimento de culpa.
A é assim,
Feito um cupim!…
No meio do pasto,
Na larga da alma.
O cupim corrói a natureza,
Tritura a semente semeada
Na terra.
Possuímos o vírus
Da malícia na alma,
E o gesto da bondade
No coração imaculado.
Assim façamos as escolhas,
Uma escolha do coração!
Talvez a padrão,
Que segue o rumo contínuo.
O homem seria completo
Se não fosse ignorante,
Porque tudo depende
Da legítima ação
De cada um aqui na Terra.
Oxalá! Que eu esteja delirando,
E tudo não passe
De um mero equívoco.
Um ser desqualificado!
Se qualificar-se um dia,
Na íntegra,
Seria muita ironia!
Não temos amigos
Que compreendam
Nossas necessidades
Na e no trabalho.
Somos objetos de troca
Entre o objetivo e a subjetividade.
Vamos pecar eternamente
Pelos nossos ideais,
E o orgulho incubado
Num coração ruim.
Não vivemos sozinhos
A cumprimentar animais,
Há transeuntes e amigos
Em nosso caminho.
O homem não se recicla
Nesse exato momento,
Em meio a uma pandemia.
O poder para o homem
É um deus revestido
Simplesmente de dinheiro,
Que tem a missão
De dominar o .
Ah! Se o Coronavírus
Elaborasse um cronograma,
Amplo de reciclagem…
E melhorasse a todos nós.
E eu fosse tachado
De fiel pessimista,
Nesse poema esquálido.
Ah! Dr. Enéas Carneiro!
Fruto da filosofia brasileira.
Por que os homens não mudam?
São repletos de agruras,
Da cabeça aos pés!
E o coração acelera
No peito do mundo inteiro.
Esse não se recicla,
Nem mesmo com a presença
Do Coronavírus.

Vanílson Reis     97462399 873830779765528 4824247012218109952 n
Sobradinho

Fonte: Arquivo Pessoal 

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Cora Coralina Casal

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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