A demarcação de terras indígenas salva vidas, biodiversidades e a Humanidade. 

A de terras indígenas salva vidas, biodiversidades e a Humanidade. 

Estudos apontam que a demarcação de terras indígenas pode diminuir significativamente o .

Por Maria Letícia M.

É de conhecimento popular que o mundo está se acabando, sem exageros ou alarmismos midiáticos. A Terra realmente está ruindo aos poucos. É fato para os ateus ou para Cristãos.

Para a ciência, então,  a emissão de gases que provoca o efeito estufa é o que mais intensifica o Aquecimento Global, levando a mudanças climáticas que tendem a ficar cada vez mais extremas.

As práticas prejudiciais ao Meio ambiente, em sua maioria vindouras de grandes indústrias e das na Amazônia,  transformam o entorno socioambiental de várias comunidades. Infelizmente, quem está no olho desse furacão são os . São eles que tentam proteger essa Terra há séculos e mesmo assim sofrem diversas violências. 

Proteger as populações indígenas significa salvar vidas

Além de preservar a natureza, proteger Territórios Indígenas também salvará o de um eminente abismo climático. De acordo com o estudo realizado pelas ONGs ambientalistas Rights and Resources Initiative, Woods Hole Research Centre and World Resources Institute, demarcar terras indígenas diminui o aquecimento global. Isto se dá pelo fato de quê os indígenas emitem 27 vezes menos dióxido de . O trabalho também ressalva que não considerou todos os territórios indígenas na pesquisa. 

O modo de vidas dos povos originários é sustentável e belo. A terra é sua vida e sua . Viver em harmonia com a natureza é um dos ensinamentos que a humanidade deveria aprender com os indígenas. Esse é um dos motivos pelo qual lutar por demarcação de terra é necessário. Se a grande indústria do agronegócio e garimpeiros continuarem em TIs desmatando, rasgando terras, o pesadelo do Aquecimento Global se tornará cada vez pior.

Apesar de parecer óbvio, a luta por demarcações de terras ainda continua e é uma longa disputa de interesses que se estende a décadas. Essa luta também é nossa. É uma reparação histórica com o brasileiro, mas principalmente aos indígenas. A vitória em cada demarcação de terra significa vida e esperança para o . Defender a demarcação de terra é garantir direitos aos povos originários. 

Maria Letícia M. – Voluntária. Foto: MNI – Marcha durante o Acampamento Terra Livre 2018. Este artigo não representa a opinião da Revista e é de responsabilidade da autora.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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