A função da Imprensa segundo Karl Marx
“A função da imprensa é ser o cão-de-guarda, o denunciador incansável dos opressores,
o olho onipresente e a boca onipresente do espírito do povo que guarda com ciúme sua liberdade.
[…] O dever da imprensa é tomar a palavra em favor dos oprimidos a sua volta. […]
O primeiro dever da imprensa é minar todas as bases do sistema político existente.“
Desde 1993, a Unesco estabeleceu o dia 3 de maio como o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Neste momento político de retrocessos, trazemos à luz o pensamento de Marx sobre a liberdade de imprensa. Em um de seus textos de juventude, na Gazeta Renana, ele escreveu:
“A imprensa livre é o olhar onipotente do povo, a confiança personalizada do povo nele mesmo, o vínculo articulado que une o indivíduo ao Estado e ao mundo, a cultura incorporada que transforma lutas materiais em lutas intelectuais, e idealiza suas formas brutas. É a franca confissão do povo a si mesmo, e sabemos que o poder da confissão é o de redimir. A imprensa livre é o espelho intelectual no qual o povo se vê, e a visão de si mesmo é a primeira condição da sabedoria”.
Continua Marx, na Gazeta Renana, como se escrevesse para o Brasil de agora:
“Na medida em que a imprensa elogia diariamente as criações da vontade do governo, na medida em que o próprio Deus manifestou-se na seguinte forma sobre a sua criação, no sexto dia: ‘Verdadeiramente, foi muito bom’, na medida em que um dia necessariamente contradiz o outro, a imprensa mente constantemente e deve rejeitar a consciência de que mente, escondendo assim a sua própria vergonha”. .
“A censura pune a liberdade como se fosse um abuso”.
Fonte: *As citações dos artigos de Marx vêm do livro “A liberdade de imprensa”, L & PM Editores, 1980