Diz a lenda, com base, dentre outras narrativas, na que ficou registrada no livro Lendas e Mitos do Brasil, de Theobaldo Miranda Santos, que o brilho e a pureza dos diamantes vêm das lágrimas de saudade e de amor de Potira, uma jovem mulher indígena por seu amado, o bravo guerreiro Itagiba ou Itagibá, conforme quem conta a história.
Por Falcão Viana/Sacizal dos Pererês – Adaptada por Redação Xapuri
O mistério de Diamantina
Arraial do Tijuco, atual Diamantina, foi onde, há quase 200 anos, se deu notícia do diamante, até então só encontrada nas Índias. Logo depois de sua descoberta, o arraial se tornou a maior lavra de diamante do mundo ocidental durante o século XVIII e parte do século XIX.
Os diamantes lá são encontrados, principalmente, em depósitos aluvionares, ou seja, leitos de rios, porém, a localização das rochas-fontes é desconhecida. E, por isso, a origem dos diamantes de Dimantina ainda gera controvérsia entre os geólogos.
Para explicar sua origem, existem duas correntes de pensamentos:
Origem próxima
Esses defendem a existência de kimberlito na região. Kimberlito é a rocha responsável por transportar os diamantes das profundezas do magma à crosta terrestre. Essa conclusão é baseada em estudos de campo e bacias hidrográficas. Os geólogos observaram que a forma das arestas angulosas evidencia um transporte curto, pois um transporte longo lapidaria os cristais em arestas arredondadas.
Origem distante
Já essa corrente defende a origem mais provável no cráton São Francisco, há mais de 200 km. Essa conclusão vem de estudos mineralógicos dos diamantes encontrados. Os diamantes não possuem evidências de origem kimberlítica, como a granada ou incrustações típicas de diamantes de tal origem.
Além disso, kimberlitos apresentam uma taxa entre 5% e 20% de cristais gemológicos, enquanto no Espinhaço, onde Diamantina se encontra, a taxa varia entre 80% a 90% de gemas. O tamanho dessas gemas também indicam um transporte longo.
A principal dificuldade para comprovar ambas as teorias é que a porção cratônica do sudeste brasileiro está recoberta pelos sedimentos do Grupo Bambuí, em sua maior parte. Esses sedimentos podem atingir até 1000 metros de espessura e, por isso, é remota a possibilidade de encontrar os kimberlitos que transportaram esses diamantes, seja próximo ou distante.
A MALDIÇÃO DO DIAMANTE HOPE
O diamante Hope é o diamante natural mais perfeito do mundo. Estimado em 250 milhões de dólares, ele é diferente pela presença de boro, que confere a ele a cor azulada. Ele também é responsável por sua fosforescência – emissão de uma luz característica (vermelha) quando irradiado por raios ultravioletas.
A maldição teria início no século 17, quando a gema foi roubada por um mercador francês. Jean Baptiste Tavernier supostamente teria tido uma morte trágica, devorado por lobos. O diamante passou então para a coroa real da França, que lapidaram a peça em uma menor.
A pedra passou por três gerações até que Luis XVI a ofereceu em casamento à Maria Antonieta. Em 1973, o casal foi guilhotinado.
Com a Revolução Francesa, o diamante sumiu e reapareceu nas mãos de um banqueiro inglês. Seu irmão faleceu no mesmo ano que tomou posse da peça. E seu neto teve que vendê-la para quitar dívidas da família.
Sua esposa, May Yohé, uma atriz estado-unidense, foi a primeira a afirmar que o diamante estava amaldiçoado. Foi então que ela estreou em um filme hollywoodiano, “The Hope Diamond Mystery” (1921). Mesmo assim faleceu pobre.
Em 1907, o merchant norte-americano Simon Frankel faliu e colocou a culpa no diamante. Sua posterior dona, Evalyn McLean, teve seu filho morto em um acidente de carro e seu marido foi internado em um sanatório. Ela foi a última dona particular do Diamante Hope.
Hoje, o Hope é exposto através de um vidro anti bombas no Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington, DC, Estados Unidos.