ELIANE POTIGUARA
Formada em Letras e licenciada em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, integra, portanto, um pequeno percentual de mulheres indígenas que conseguiram atingir a capacitação superior e trazer contribuições de destaque no que diz respeito a representatividade e resistência originária.
Considerada a primeira escritora indígena do Brasil pela publicação de seu livro A Terra é a Mãe do Índio (1989), a autora já lançou outras cinco obras, incluindo produções literárias para o público infanto-juvenil.
Eliane Potiguara é fundadora do GRUMIN – Grupo Mulher-Educação Indígena, de 1988, visto por muitas pessoas como a primeira articulação brasileira de mulheres indígenas.
Ela também coleciona diversos prêmios e honrarias pelos feitos realizados ao longo da sua vida – sendo o último o de doutora honoris causa pela UFRJ, que obteve no fim de 2021 –, além de indicações importantes como ao Nobel da Paz, no ano de 2005.
Na busca por melhorias para seu povo, passou por diferentes formas de violência física, moral e psicológica, muitas das vezes com a conivência do estado. Mesmo assim, sempre se mostrou engajada para com as problemáticas indígenas, sobretudo por enfatizar as consequências dos processos de aculturação causados pela influência europeia.
Também se dedica a discutir temas que envolvem a invisibilidade da mulher indígena na atual sociedade, que inclusive são debatidos na obra testemunhal Metade Cara, Metade Máscara (2004), o que a coloca como uma das pessoas mais envolvidas com a temática.