Morte de Seringueiro
Um poema de Alessandro Borges em alusão ao líder seringueiro Chico Mendes, seringueiro marcado pelas balas criminosas do latifúndio em Xapuri, Acre, no dia 22 de dezembro de 1988
Por Alessandro Borges, Poeta da Baixada
Lá fora, o grito duma guariba corta o ar,
Ressoam aplausos em volta do morto,
_Beijando em desespero seu rosto…
A pobre viúva põe-se a chorar.
Lembrando-se da pacata vidinha,
Que, sem se importar com o mundo, levavam.
Mas agora, se vê ali, angustiada e sozinha,
Remoendo a dor das suas próprias lágrimas.
Daquele dia em diante teria de enfrentar fera,
No roçado mostrar bastante garra,
Saber manusear bem a velha espingarda,
E acordar cedo, de inverno à primavera,
Inconformada abraça fortemente seu “finado”
E numa prece aguçada por um choro baixinho…
Com triste olhar vai percorrendo o caminho…
Por onde seguirá para sempre seu amado
Do poeta acreano Alessandro Borges
Junto com este poema, Alessandro publicou a seguinte mensagem em sua página no Facebook:
“Olá, queridos leitores (as) do poeta da baixada, a partir de hoje, estarei publicando uma série de poemas em alusão ao nosso inesquecível herói Verde, a saber: Chico Mendes. Este mês é muito importante para mim, pois é o mês de aniversário daquele pelo qual tenho profundo carinho e respeito. Para provar meu respeito e carinho por ele é que escrevi um livro de poesias intitulado: Sou seringueiro, e daí? O livro ainda não foi publicado. Entretanto, gostaria de lhes presentear durante todo este mês, com poemas diários em alusão ao legado daquele que nos deixou magníficas lições de vida e de amor à natureza. Viva !
Angela Mendes foi quem nos mandou o link da página de Alessandro Borges. Gratidão!