Na semana passada, caíram fortes chuvas na capital paulista. Em consequência, no dia 18 de fevereiro, o Rio Tietê atingiu uma vazão de 750 m³ e transbordou. Foi a oportunidade encontrada pela Natureza para dar o troco aos maus tratos que recebe todo santo dia nas margens e no leito do rio.
Quem viu mal podia acreditar: Ao sair do leito, as águas do Tietê levaram com elas uma quantidade sem fim de lixo, principalmente no trecho que passa por Salto, cidade do interior de São Paulo. As fotos são, além de impressionantes, envergonhantes. Em Salto, o Parque Lavras ficou coberto de lixo, muito lixo, bordado de garrafas PET. O que chegou, segundo as matérias da grande mídia, foi uma água escura, cheirando a produto químico.
Esse barro tóxico, engrossado por garrafas plásticas, bolas de futebol, pedaços de isopor, latinhas e detritos de todo tipo, inundou uma das principais ruas da cidade, a 24 de outubro, e também o Memorial do Rio Tietê, o principal complexo turístico da cidade. Também foram atingidos outros pontos turísticos de Salto, como o Parque das Lavras, o Complexo da Cachoeira, incluindo a Ilha dos Amores, e a Avenida Castro Alves.
Com tudo fechado, em Salto, que é estância turística, os prejuízos financeiros são imensos, assim como são imensos os riscos á saúde e à vida humana. Segundo a Defesa Civil, a população foi orientada a evitar as águas ribeirinhas, que ainda estão alagadas, por conta do risco de contaminação e doenças. Os moradores também foram informados a buscar abrigo em locais seguros caso voltem as chuvas fortes.
Só não foram vistos, ainda, avisos de que com a Natureza não se brinca, que uma hora ela acaba se cansando dos abusos que sofre e resolve dar o troco, como acaba de dar em Salto, no interior de São Paulo.
Nível do Rio Tietê sobe e inunda ruas e casas em bairro de Araçariguama