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Renato Freitas

A volta por cima de Renato Freitas

A volta por cima de Renato Freitas

Fé em Deus e nas atitudes certas, o resto é consequência.” 

Postou Renato Freitas no Twitter, celebrando sua eleição para Deputado Estadual pelo Paraná.

Por

Depois de uma longa luta na Justiça, o vereador Renato Freitas, vereador cassado pela Câmara Municipal de Curitiba, conseguiu reverter a decisão judicial no dia 1º de outubro, justo às vésperas da eleição, e é agora deputado estadual eleito pelo Paraná com 57.880 voltas. 

A candidatura de Renato Freitas a deputado estadual foi aceita sete dias depois que a cassação do seu mandato de vereador foi anulada e seu mandato foi restabelecido pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).  

Renato havia perdido o mandato em junho deste ano, como resultado de um procedimento na Câmara de Curitiba por “falta de decoro” pela suposta “invasão” da Igreja Nossa Senhora dos Pretos, durante uma manifestação antirracista no último mês de fevereiro.

No dia 5 de julho, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspendeu a sessão da CMC que cassou o mandato do vereador. Um mês depois, no dia 5 de agosto, Renato Freitas perdeu novamente o mandato na Câmara de Curitiba, por 23 votos favoráveis. 

Em 23 de setembro, o ministro Luís Roberto Barroso determinou o restabelecimento do mandato do vereador, o que não tinha sido cumprido até o dia da eleição, em consequência de ação impetrada junto ao STF pela defesa de Renato.

Parabéns, Renato Freitas, pela volta por cima!

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https://xapuri.info/a-arte-da-vida-e-nao-fazer-distincao-entre-o-seu-trabalho-e-o-seu-lazer/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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