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"ABELHAS DO MAR" POLINIZAM PLANTAS SUBMERSAS DOS OCEANOS

“ABELHAS DO MAR” POLINIZAM PLANTAS SUBMERSAS

 “ do mar” polinizam plantas submersas dos oceanos

A recente descoberta de que existem, nos oceanos, pequeninos crustáceos que, em suas constantes andanças em busca de alimento, vão carregando mínima porções de pólen das masculinas de ervas marinhas para os receptores das flores femininas, facilitando o processo de reprodução vegetal, muda completamente o entendimento sobre a reprodução da sob as águas dos mares.
 
O artigo Experimental Evidence of Pollination in Marine Flowers by Invertebrate Fauna  publicado na revista  Nature Communications, desmitifica o entendimento de que a polinização em plantas marítimas era feita apenas pelas correntes oceânicas.
 
Agora se sabe que, sob as águas,  há pequeninos animais invertebrados que contribuem para a manutenção da marinha, cumprindo, assim, o mesmo papel que as abelhas cumprem na superfície terrestre.
 
Para os pesquisadores da Autônoma do México, responsáveis pelo ,  essa fantástica descoberta constitui um marco esperançoso para a zoologia aquática, uma vez que há mais “autores” responsáveis pela polinização da vida vegetal nos oceanos do .  Mas como se deu essa descoberta?
 
"ABELHAS DO MAR" POLINIZAM PLANTAS SUBMERSAS DOS OCEANOS
Imagem: Wikimedia Commons
 
Entre 2009 e 2012, os pesquisadores da Universidade Autônoma do México notaram que, em suas andanas noturnas, os crustáceos visitavam mais as plantas de flores masculinas que tinham pólen do que as que não tinham. Ao filmá-los,  os confirmaram sua intensa atividade polinizadora entre ervas marinhas do tipo grama-tartaruga (Thalassia testudinum).
 
Para confirmar a ocorrência do processo de polinização, os pesquisadores  colocaram uma variedade de pequenos crustáceos em um aquário com a grama-tartaruga e uma outra quantidade em um aquário sem as gramíneas. Em questão de minutos, observaram a  presença de pólen nas flores femininas, enquanto que no outro aquário não houve polinização.

Entretanto, os pesquisadores alertam que, até o momento da publicação do estudo, o processo de polinização só havia sido observado em um tipo específico de gramínea, a grama-tartaruga, que tem flores grandes. O próximo passo será, então, tentar descobrir se a polinização se dá, também, com as outras espécies de ervas marinhas de flores menores que, nas zonas costeiras, são cerca de 60.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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